“Eu coloquei meus olhos nas muralhas da Babilônia, onde há uma estrada para carruagens e na estátua de Zeus, obra de Alpheus, nos jardins suspensos da Babilônia, no colosso do Sol , no extraordinário trabalho das elevadas pirâmides e no enorme túmulo de Mausolus, mas, quando vi a casa de Ártemis, que sobe em direção às nuvens, aquelas outras maravilhas perderam o seu brilho e eu disse : "Lo, a não ser o monte Olimpo, o Sol nunca viu algo tão bonito!’." (Antipater, Antologia Grega, LX.58)
NOTAS:
Somente as ruínas do Templo de Ártemis chegaram aos nossos dias e toda a descrição que possuímos dessa obra vem de historiadores dos tempos antigos.
Ártemis, deidade grega (como a Diana dos romanos, irmã de Apolo), era relacionada à natureza, e quem protegia os bosques, e animais - foi relacionada também à caça.
NOTA (A): Na Grécia, Ártemis ou Artemisa (em gr., Άρτεμις') era uma deusa ligada inicialmente à vida selvagem .
Durante os períodos Arcaico e Clássico, era considerada filha de Zeus e de Leto, irmã gêmea de Apolo; mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia.
Em Roma, chamada de Diana e frequentemente "confundida" com Selene ou Hécate, também deusas lunares.
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O templo foi construído pelo arquiteto Chersiphron na cidade de Éfeso, na antiga Lídia, que ficava no extremo oeste da parte ocidental de Anatólia, na atual Turquia, entre o mar Mediterrâneo e o mar Egeu, à margem esquerda do rio Caístro, perto de onde ele desemboca nesse último.
A Lídia fazia fronteira a oeste com as colônias jônicas gregas, mantendo com essa cultura grande intercâmbio, havendo certa ocasião em que invadiu as suas cidades, e ali manteve domínio, mas, mesmo assim, permaneceu o intercâmbio cultural e a admiração mútua.
Entre os séculos VIII a.C. e I a.C., Período Arcaico da história grega, Éfeso era uma das quatro cidades mais importantes do Mar Egeu e do Mediterrâneo, e manteve essa posição mesmo depois da conquista da Lídia pelos romanos, até o primeiro século depois de Cristo. É uma cidade histórica para os cristãos, pois ali Paulo pregou o Evangelho e criou uma comunidade cristã muito próspera.
Heráclito, célebre escritor da antiguidade helênica, que nasceu provavelmente no século III a. C. na Cidade de Éfeso , em certa altura de sua vida cedeu as prerrogativas de príncipe ao irmão mais novo e se tornou misantropo.
Asilou-se no templo de Ártemis, onde, em solidão, velho e sem conforto, escreveu suas idéias e deixou os pergaminhos depositados ali, tendo sido encontrados vários deles ainda legíveis.
Sobre o Templo de Ártemis:
Embora as fundações do templo datem do século VII a. C., a estrutura que ganhou um destaque na lista das Sete Maravilhas do Mundo Antigo foi construída em cerca de 550 a. C.
O Templo servia tanto de um grande mercado quanto de uma instituição religiosa.
Por anos o santuário foi visitado por mercadores, turistas, artistas e reis, que pagavam homenagens à deusa, dividindo seus lucros com ela.
Recentes escavações arqueológicas no sítio revelaram presentes ofertados por peregrinos, inclusive estatuetas de Ártemis feitas de ouro e marfim, colares, braceletes e brincos, além de artefatos procedentes da Pérsia e da Índia.
Construção :
Plínio, o Velho, escritor romano do século I d.C., em um dos seus escritos declarou que esse templo demorou 200 anos para ser construído, o que , de início, não foi levado a sério. Essa afirmação foi comprovada pelas pesquisas arqueológicas do século XIX, quando se descobriu que ele havia sido erigido sobre fundações de outro antigo templo (talvez dedicado à deusa Cibele), foi destruído e reconstruído pelo menos duas vezes até atingir sua mais grandiosa aparência e finalmente destruído completamente no século V d.C.. No século V a. C., a primeira reconstrução, em que foi erguido o templo sobre fundações de outro, é a Maravilha de que se tem notícia e a tradição informa que o rei lídio Creso empregou enorme fortuna para essa finalidade. Em 21 de julho de 356 a.C. , no mesmo dia em que nasceu Alexandre, “O Grande”, o templo foi incendiado. Anos mais tarde o próprio Alexandre ajudou a reconstruí-lo. Em 262 a.C. foi novamente destruído, desta feita pelos godos, quando invadiram a região. Novamente reconstruído, sofreu com vários terremotos, algumas perdas em sua forma arquitetônica. E, finalmente, foi totalmente destruído por fundamentalistas cristãos instigados por São João Crisóstomo em 401 d. C.. Descrição da obra :
Ela nos chegou através dos relatos de vários arquitetos e cronistas e escritores da antiguidade que nos deixaram até desenhos detalhados do seu interior.
O templo era todo em mármore, com exceção da cobertura e possuía aproximadamente 90 m de altura (altura da estátua da Liberdade de Nova York, nos Estados Unidos da América).
O seu desenho era retangular, de 80m x 130m. Escadarias de mármore conduziam o visitante para o seu interior. Possuía cerca de 127 colunas (algumas pessoas dizem 117, outras 128), em estilo jônico, com altura estimada entre 12m e 20m, sendo aproximadamente 36 delas decoradas com relevos. Eram colocadas em linha dupla em volta da nau onde se situava a estátua da deusa.
A estátua da deusa Ártemis (ou Diana, para os romanos), era toda esculpida em ébano, ouro, prata e pedra preta. Tinha as pernas e os quadris cobertos por uma saia comprida decorada com relevos de animais.
O interior do templo foi decorado com magníficas obras de arte: inúmeras estátuas dos mais famosos artistas da antiguidade - Pheidias, Polycleitus, Kresilas e Phadmon e Praxíteles, além de muitas pinturas. No século XIX os escavadores descobriram as fundações e recuperaram algumas colunas. Somente alguns detalhes da decoração original são conhecidos. Alguns objetos de ouro e marfim e estátuas procedentes de lá se encontram atualmente no Museu Britânico, em Londres, na Grã-Bretanha.
A Diana dos Efésios era uma divindade pagã adorada em toda Ásia Menor nos tempos apostólicos.
A deusa “que caiu do céu” como era conhecida, era chamada Diana pelos romanos e Ártemis pelos gregos."