ANTIGUIDADES HISTÓRICAS:
O CLÃ/ DINASTIA DOS "MEROVÍNGEANS"(2) - parte 2.....
DA SERIE:
HISTÓRIAS DA ANTIGUIDADE......
O CLÃ/ DINASTIA DOS "MEROVÍNGEANS"(2) - parte 2.....
DA SERIE:
"HISTÓRIAS DA ANTIGUIDADE....."
"PORQUE AO TEU CLÃ.......
...SERÁS FIEL...."
"A 13a. LINHAGEM...." (?!?)
UM POUCO DA HISTÓRIA (E O QUE DIZEM POR AÍ...)
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Nota: "GÁLIA" - O Termo "Gália" é usado para se referir, ao HOJE, território FRANCÊS.....E algumas partes da Bélgica e da Alemanha e o norte de Itália....
FRANCOS-GERMÂNICOS - Os Francos formavam uma das várias tribos germânicas que adentraram o espaço do império romano a partir da Frísia e estabeleceram um reino que cobria a maior parte da atual França e na região da Francônia, origem da hoje Alemanha.
Desde suas origens os "francos" costumavam dividir suas propriedades entre os filhos sobreviventes, e como não tinham senso republicano, conceberam o reino como uma grande extensão de uma propriedade privada.
A palavra "franco" significava "livre" na língua franca e esse povo originou-se de duas famílias principais:
Os Francos-Sálios, que quer dizer salgado, que espalhavam-se pelo baixo Reno, nos atuais Países Baixos, Bélgica e noroeste da Alemanha e os Francos do Reno ou Ripuários.
Os Sálios foram mais importante enquanto a outra família habitava as margens do Reno e do rio Mosela.
Os "Francos" apareceram na história em meados do século III, quando se mostraram temíveis no mar, principalmente em ações de pirataria pelas costas do mar do Norte e por terra, durante as invasões da Gália (258).
Eles foram incluídos no Império Romano e alguns deles chegaram a ocupar o oficialato superior das legiões, como Merobaudo, general do Imperador Valentiniano (375).
As invasões bárbaras (406) enfraqueceram o poder de Roma e os Francos souberam aproveitar-se para estender progressivamente suas fronteiras.
Clódio (405-448), rei de uma tribo dos Salianos (430-448) conquistou o norte da Gália, enquanto que os Francos do Reno ocupavam a Renânia atual.
Do rei Clódio é que descenderam os Merovíngios e seu filho Meroveu é considerado o primeiro soberano da dinastia.
Assim, os "merovíngios", pertencentes ao povo germânico dos francos, fundaram a mais antiga dinastia monárquica da França.
O território governado pelos Merovíngios abrangia uma vasta área que cobria a moderna França, e partes da Alemanha, Suíça e Países Baixos, durante um período situado entre os séculos V e VIII da Era Cristã.
Chamavam-se "merovíngios" por serem integrantes de uma família supostamente originária do pouco conhecido rei franco Meroveu, o fundador da dinastia, que, após dominar as tribos vizinhas, no final do século V impôs sua hegemonia na Gália.
Mas foi seu neto, Clóvis I, o artífice desse poder, que conseguiu por sob uma única autoridade todas as tribos da Gália, consagrando o poder da Dinastia Merovíngia e levando os francos do paganismo ao Cristianismo (496).
Clóvis unificou territorialmente sobre todos os reinos francos, que derrotou os romanos em Soissons (486), os Burginhões, antigo povo da Alsácia-Lorena, os Alamanos em Tolbiac (487), um povo germânico ocidental também conhecido como Suábios, e por último, aliou-se aos burgúndios e venceu os Visigodos, descendentes do povos godos que chegaram a ocupar a Gália e a Hispânia, na Batalha de Vouillé (507), pondo fim ao governo visigodo do monarca Alarico II, de Toulouse, o que lhe permitiu ocupar Bordéus, Tours e Angoulême, pondo fim a presença dos próprios descendentes godos, na França.
Nesse interim o monarca havia convertido-se ao catolicismo (496) e lançou com isso as bases da monarquia francesa, fundada na união da igreja com o poder monárquico.
Com a morte de Clóvis (511), o reino foi dividido entre seus quatro filhos:
- Teodorico I,
- Clodomiro,
- Childeberto I e
- Clotário I:
A leste, a Austrásia, com capital em Metz; a oeste, a Nêustria, em torno de Soissons; o reino de Paris; e ao sul o reino da Borgonha, cujo principal centro era Chalon-sur-Saône.
Depois de uma série de lutas fratricidas, Clotário I, que sobreviveu aos três irmãos, unificou o reino franco e estabeleceu a capital em Paris (558).
Três anos depois, o território dividiu-se novamente, agora entre seus herdeiros, e recomeçaram as lutas dinásticas.
Dizem os pergaminhos/cartas Históricas.... -
Os conflitos entre os próprios merovíngios e com a nobreza, a pressão de povos vizinhos, como os bretões, os lombardos e os gascões, e a acomodação progressiva dos soberanos em favor dos administradores palacianos, levou a dinastia a se consumir com o tempo.....
A unidade merovíngia ainda seria restabelecida (613), quando Clotário II, rei da Nêustria, herdou os outros reinos.
No entanto, pouco durou essa unidade, já que com a morte (639) de Dagoberto, filho de Clotário II, o reino novamente dividiu-se, agora em duas partes: a Austrásia e a Borgonha.
Eles consideravam o reino como um mero bem pessoal e com base nos velho costume, distribuíam seus domínios com os seus filhos quando vislumbravam à morte.
Seus filhos não tinham infância como príncipes reais e recebiam os títulos de reis automaticamente aos 12 anos, enquanto que a tarefa de governar era entregue aos Administradores do Palácio, ou Prefeitos do Palácio, os Maires du Palais, uma espécie de primeiro-ministro, provindos de ricas famílias aristocráticas e homens fortes do poder real.
E assim sendo, com o tempo, o reino franco voltou a fragmentar-se, formando a Austrásia, a Nêustria, a Aquitânia e a Burgúndia, futura Borgonha, e seus titulares gozando de meras funções honoríficas.
O poder realmente foi passando para as mãos dos Administradores do Palácio e entre eles destacaram-se, por exemplo, Carlos Martel, Pepino, o Breve e o pai de Carlos Magno, e Carlomano.
Após a vitória de Carlos Martel sobre os sarracenos em Poitiers (732), onde as tropas muçulmanas foram finalmente repelidas, pouco tempo restava para os Merovíngios como uma linhagem de soberanos:
E com o apoio do papa Zacarias (741-752), Pepino destituiu (751) o último soberano merovíngio, Childerico III., internando-o em um mosteiro, enterrando definitivamente a Dinastia Merovíngia e substituindo-a pela chamada de "Carolíngia"....
Os reis merovíngios guardavam sinais ou costumes sagrados que os ligavam (muito) ao misticismo....
A começar pela própria concepção de Meroveu, que tinha dois pais: um, o seu progenitor natural, outro, uma divindade marinha, o Quinotauro, que não resistira à beleza da dama grávida ao banhar-se no mar e com ela acasalara.
Como imagem da suas divindades, esses reis tinham longas cabeleiras e barbas, pois nunca cortavam os cabelos, talvez numa possível referência a existência do bíblico Sansão.
Eram considerados reis-sacerdotes, e conta-se que, de nascença, tinham uma cruz vermelha entre os ombros.
Os seus trajes reais eram ornamentados com pendões que diziam ter poderes mágicos e curativos.
Outras supostas tradições dizem que a família real era descendente de Jesus e de Maria Madalena.
Haveria, então, uma linhagem que ia de Jesus até à dinastia dos Merovíngios, esses célebres reis que precederam Carlos Magno e a sua dinastia.
Alguns autores já publicaram livros tratando os Merovíngios como uma ramificação de uma possível linhagem dos descendentes de Jesus, como no caso do polêmico e famosíssimo livro "O Código da Vinci", do estadunidense Dan Brown (2005), best seller internacional e que virou filme de grande sucesso (2006).
Os últimos reis merovíngios, incapazes, preguiçosos e apáticos (?!?), ficaram conhecidos pelo epíteto de reis madraços, ou rois fainéants.
Pepino, o Breve, ao depor o último merovíngio, e antes de o enviar para um mosteiro, ordenou que as suas longas cabelos fossem cortados, como sinal de humilhação e destituição do poder que detinha, à moda do acontecido ao personagem bíblico Sansão.
Ao depor Childerico III, Pepino III, Maires du Palais da Austrásia, fundava uma nova e famosa dinastia, a chamada Carolíngia, por haver tido em seu filho Carlos Magno sua maior expressão política.
Deve-se observar que desde a conversão de Clóvis, o cristianismo foi a religião oficial nos domínios merovíngios e a igreja beneficiou-se tanto de inúmeras doações como de isenções de impostos.
Além disso, graças à atividade de Santo Honorato e São Martinho e à chegada de monges irlandeses e italianos, houve grande incentivo à atividade monástica.
Floresceram entre os merovíngios as artes plásticas, com magníficos esmaltes, e as letras, com relatos hagiográficos e obras literárias de uma qualidade que se pode avaliar pela História eclesiástica dos francos, e do bispo Gregório de Tours e outros.....
RELAÇÃO DOS REIS
REI: ANO:
Cariberto I - 561-567
Cariberto II - 629-633
Childeberto I - 511-558
Childeberto II - 575-595
Childeberto III- 695-711
Childeberto .....
"o Adotado" -656-661
Childerico I -457-481
Childerico II -662-675
Childerico III -743-751
Chilperico I -561-584
Chilperico II -719-721
Clódio -426-447
Clóvis I -481-511
Clóvis II -639-657
Clóvis III -675-676
Clóvis IV -691-695
Clodomiro -511-524
Clotário I -511-561
Clotário II -613-629
Clotário III -657-673
Clotário IV -718-720
Dagoberto I -623-639
Dagoberto II -676-679
Dagoberto III -711-715
Faramundo -410-426
Guntram -561-592
Meroveu -447-457
Sigeberto I -561-575
Sigeberto II -613/ ??
Sigeberto III -634-656
Teodebaldo -548-555
Teodeberto I -534-548
Teodeberto II -595-612
Teoderico I -511-534
Teoderico II -595-613
Teoderico III -673/679-691
Teoderico IV -721-737
BIOGRAFIAS (EXEMPLO 1) - "FARAMUNDO"....
'Duque de Faramundo', em francês "Pharamond"...
Considerado o primeiro Rei dos Sálios (~ 410-428), tribo de francos que vivia primitivamente nas margens do Issel, possivelmente filho de Marcomer, e o primeiro "Duque dos Francos", e cujas biografias produzidas podem conter mais situações lendários que realidades históricas....
As invasões bárbaras (406) haviam enfraquecido o poder de Roma na Gália e os Francos aproveitaram-se para estender progressivamente suas fronteiras.
Atravessou o Rio Reno em direção oeste, separando sua tribo efetivamente da maioria dos Francos Ripuários, indivíduos de antigas tribos germânicas que habitavam as margens do Reno, perto da hoje região de Colônia.
Casou-se com Argotta, princesa da Turíngia, reino a leste da França.
Alguns historiadores como Prosper Tiro e Dom Bouquet escreveram que seu reinado seria de uma data posterior, iniciado mais de dez anos depois, deixando os francos ripuários para trás e "criando' os "Sálios".
Segundo eles, esse conquistador teria conduzido seu povo para oeste do Rio de Reno ( ~ 420) e teria morrido após oito anos de reinado, em lugar incerto (?!).
Alguns historiadores o consideram o primeiro Rei da França, embora seus domínios se estendessem por uma área onde hoje ficam a Bélgica, Holanda e noroeste da Alemanha.
Reconhecido como "chefe das tribos da Gália" por Honório - do Império Romano do Ocidente, e por Teodósio - Imperador do Oriente, foi sucedido pelo filho Clódion.
(Imagem/fontes: http://www.templaricavalieri.it/merovingi.htm & demais BIOGRAFIAS: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/MVListas.html/Pleiades/Upaya/Espanha/caminhodesantiago/ peregrinacultural/Romulo Godim)
(continua....)