O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, renunciou ao cargo neste domingo (13), depois de criticar o Pentágono pelas condições de detenção de um soldado suspeito de passar ao site WikiLeaks milhares de mensagens diplomáticas e documentos militares confidenciais.- Considerando o impacto de minhas palavras, pelas quais respondo integralmente, apresentei minha demissão como subsecretário de Assuntos Públicos e porta-voz do Departamento de Estado. Sua declaração foi divulgada pelo próprio governo.
No dia 2 de março, o soldado americano Bradley Manning foi acusado pela justiça militar dos Estados Unidos de 22 novos crimes, entre eles "conluio com o inimigo".
FOTO: Bradley Manning
O crime é passível de pena de morte, mas os promotores decidiram não recorrer a ela, informou em comunicado John Haberland, porta-voz da jurisdição militar da região de Washington. No entanto o soldado, de 23 anos, pode ser condenado à prisão perpétua.
Entenda o caso
Manning é ex-analista de inteligência e já havia sido acusado de outros 12 crimes. Ele está desde julho em uma prisão militar na Virgínia, leste dos Estados Unidos. O jovem é suspeito de ter fornecido ao WikiLeaks, que em seguida os tornou públicos, documentos militares americanos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, além de milhares de telegramas diplomáticos secretos do Departamento de Estado.
De acordo com Haberland, o soldado "entrou em um programa interno do sistema de informática do governo para consultar informações confidenciais, depois as baixou e as transmitiu para a difusão pública e o uso do inimigo”.
Bradley Manning foi preso com base em dados passados às autoridades pelo informante Adrian Lamo. Ele confessou a Lamo que era o responsável pelo vazamento de um vídeo sobre o ataque de um helicóptero americano a civis, em 12 de julho.
foto: Philip Crowley
