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"Homens são metade dos meus pacientes", diz especialista em "amor patológico"...
Engana-se quem acredita que o amor patológico e a co-dependência são exclusivos das mulheres.
“De acordo com a pesquisa que fiz, com os homens que amam demais, entre 30 e 35 anos, eles são muito mais dependentes afetivamente do que sexualmente.
A partir daí achei importante discutir o tema”, diz Tatiana Ades - que escreveu o livro “HADES - Homens que amam demais”.
No livro, explica que desde pequenos os homens são ensinados a serem fortes, a não chorar e nem sofrer.
Ela frequentou grupos de ajuda por dois anos e ficou inquieta por não encontrar um espaço dedicado aos homens vítimas do amor patológico.
Decidiu então ouvi-los e escrever um livro sobre o tema.
Todos os depoimentos do livro são verídicos e contam que esses homens, depois de terem suas vidas destruídas, perceberam que estavam doentes por amar demais.
“Os homens precisam prestar atenção no grau de sofrimento que um amor está lhe causando.
A partir do momento que está num relacionamento e sente-se infeliz e cansado, mas não consegue sair fora dele, precisa de ajuda”, diz.
“Se ele se percebe que está se afastando dos amigos, que não pratica as atividades que gosta, está cada vez mais isolado e obcecado pela parceira querendo modificá-la e colocando-a no centro de sua vida, ele está doente e viciado em amor”, explica a psicanalista, que diz que no seu consultório existem 50% de mulheres e 50% de homens.
Mesmo assim os homens não costumam assumir a doença facilmente.
“Percebemos que em geral as mulheres acabam procurando mais tratamento quando ocorre o amor patológico do que a população masculina.
Pessoalmente, acredito que as mulheres parecem pedir ajuda antes das consequências serem mais graves.
Os homens parecem querer vivenciar o problema sozinhos”, afirma a psicóloga Eliana Arruda.
“Para mim, a sensação de que a incidência é mais feminina relaciona-se mais à busca pelo tratamento do que a estatística de casos reais. Quando se trabalha com um casal, em geral a mulher busca tratamento e, quando o homem é chamado, dificilmente enxerga o lado doente da relação”, diz a psicóloga.
(Agradecimentos UOL)