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MITOLOGIAS (2)
CULTURA GRECO-ROMANA
"ÁRTEMIS" -" A DEUSA QUE CAIU DOS CÉUS........(CARTA DE EFÉSIOS) - OBS.: ÉFESO(ATUAL TURQUIA, aonde ficam as ruínas de seu Templo que levou 120 anos para ficar pronto......)
Todos nós conhecemos a imagem de Ártemis, que foi esculpida e pintada como uma deusa lunar, acompanhada de cães ou leões e trazendo um arco dourado nas mãos.
Ela era a deusa mais popular da Grécia.
Ela habita as florestas, bosques e campinas verdejantes, onde dança e canta com ninfas que a acompanham.
Em seu culto, estão presentes danças orgiásticas e o ramo sagrado.
Ela era uma deusa de múltiplas facetas associadas ao domínio da Lua, caçadora e parteira e de fato representa o feminino em todos os seus aspectos.
Quando Ártemis era pequena, Zeus, seu pai, perguntou-lhe o que queria de presente em um dos seus aniversários. Ártemis respondeu:
- "Quero correr livre e selvagem com meus cães pela floresta e nunca, nunca casar."
Então obteve do pai permissão para não se casar ....
Em Roma, Diana era a deusa da lua e da caça, filha de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Apolo.
Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios.
Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos...
Diana foi cedo identificada com a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Ártemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina.
O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.
Ártemis, é a mais antiga de todas as Deusas gregas.
Alguns autores traçam suas origens às tribos caçadoras de Anatólia, que teria sido a morada das míticas amazonas.
Outros afirmam sua descendência provêm da grande deusa da natureza Cibele, na Ásia Menor, uma Senhora das Feras que costumava estar sempre rodeada de leões, veados, pássaros e outros animais.
Mas de acordo com Walter Burkert em "Greek Religion", é provável que Ártemis remonte à era paleolítica, pois em sua homenagem os caçadores gregos penduravam os chifres e peles de suas presas numa árvore ou em uma pilastra em forma de maçã....
Ártemis /Diana era o ideal e a personificação da vida selvagem da natureza, a vida das plantas, dos animais e do homens, em toda sua exuberante fertilidade e profusão.
Na Itália chamaram-na Diviana, que significa a Deusa, um nome que é mais familiar, pois é bem similar ao seu nome original Diana.
Ela era de fato a Caçadora, Deusa da lua e mãe de todos os animais.
Ela aparece em suas estátuas coroada com a lua crescente e carregando uma tocha acesa.
A palavra equivalente em latim para vela era "vesta" e Diana era também conhecida como Vesta.
Assim, o feixe de lenha, no qual ela veio da Grécia era realmente uma tocha não acesa.
No seu templo, um fogo perpétuo era conservado aceso....
O mito nos pede que entendamos como é que a Mãe de seus animais é, ao mesmo tempo, quem lhes dá a morte.
O Hino Homérico a Ártemis, escrito em 700 a.C., a retrata como uma caçadora de cervos, com arco de ouro e flechas que gemem, que corta os bosques escuros lançando gritos, fazendo eco aos alaridos de dor dos animais; uma imagem que expressa a selvageria da caça.
Homero diz do caçador que:
"a própria Ártemis lhe havia ensinado a disparar à todas as feras que o bosque cria nos montes".
O caçador afortunado colocava a pele e os chifres de sua presa em uma árvore ou colocava a coluna consagrada à Ártemis como sinal de agradecimento, e no templo de Despoina em Arcádia sua estátua estava coberta por uma pele de cervo.
Porém, como Deusa dos Animais, as vezes, caminha junto de um cervo ou veado, ou conduz um carro conduzido por cervos e, ainda, ela mesma aparece como um cervo ou ursa, até porque, os animais selvagens são a própria Deusa encarnada na forma animal.
Parece, portanto, que a figura de Ártemis foi construída sobre um paradoxo: é ao mesmo tempo, caça e caçadora, a presa e a flecha que a abate.
No período Paleolítico matar a um animal equivalia a desfazer um vínculo sagrado, e a unidade primogênita tinha que restaura-se para que o povo pudesse viver em harmonia com a natureza, o que ao mesmo tempo significava viver em harmonia com o próprio ser.
A pureza do caçador é um ritual de caça muito antigo, como é o ritual de restituição da vida arrebatada, já seja sacrificando alguma parte do animal morto ou reconstituindo-o através da arte.
O urso na parede da caverna de "Les Trois Frères", coberto de flechas, pode interpretar-se desde este ponto de vista.
OBS.: caverna de "Les Trois Frères" - A Caverna de Les Trois-Frères é uma caverna decorada do Paleolítico Superior, na qual foram descobertas numerosas figurações parietais que datam do período Magdaleniano. Faz parte da rede de cavernas decoradas da região pirenaico-cantábrica...
No entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se.
No entanto, si tanto o animal caçado como a pessoa que o caça sob a proteção da Deusa, a ordem sagrada não pode realmente vulnerar-se.
Ela é, definitivamente, quem dá e quem arrebata e nada poderá ser feito sem o seu consentimento.
Porém, essa dependência da graça da Deusa vem acompanhada de medo: medo de que o caçador não seja o bastante puro para tomar parte de seus rituais, ou de o sacrifício de restauração não seja suficiente, de que seu dom possa ser negado ou mesmo, de que os caçadores acabem convertendo-se em presas....
DEUSA TRÍPLICE - Como Deusa do sub-mundo, ela é associada ao Nascimento, Procriação e Morte.
Como Deusa da terra, representa as três estações: Primavera, Verão e Inverno.
Como Deusa do céu, ela é a Lua nas fases de Lua Nova, Lua Cheia e Lua Escura.
Como Deusa Tríplice foi personificada de mulher primitiva, mulher criadora e destruidora.... (continua....)