POLÍTICA(GENS) TUPINIKINS......
Escândalo da negada "Suprema Delação" torna pública a guerra entre Supremo (STF) e Ministério Público no Brasil...... - E a panacéia continua....
CORRUPÇÃO E TRÁFICO DE INFLUÊNCIA - Na véspera do Dia do Soldado, quando Dilma Rousseff começa a ser detonada pela tropa de 60 senadores, a crise institucional brasileira tem sua tensão mais alta no chamado escândalo da "Suprema Delação" contra José Antonio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal. (foto)
Já há uma guerra aberta entre a Procuradoria Geral da República e o STF - que pode ter consequências graves para o combate à corrupção.
O risco de anulação de "transações penais", mais conhecidas juridicamente como "colaborações premiadas", pode beneficiar grandes infratores e corruptos ilustres...
Ganhou contornos macabros, simbolicamente mortais, a troca de farpas entre o ministro Gilmar Mendes (foto abaixo) e o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.
Sempre polêmico, Gilmar Mendes detonou na direção do Ministério Público Federal: "O cemitério está cheio de falsos heróis".
A reação corporativista de Janot seguiu a mesma linha mortal de ironia: "Não é possível que estejamos todos envolvidos nessa conspiração para o mal. Nessa conspíração que tem levado pessoas ao cemitério".
O curioso do tiroteio entre Gilmar e Janot é que, aparentemente, ninguém morreu, de fato, até agora, na famosa guerra de todos contra todos no Brasil...
Praticamente falando em nome do STF, Gilmar defendeu a apuração da autoria do vazamento, para a revista Veja, de informações sigilosas da delação premiada do empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS.
Gilmar exigiu a punição dos responsáveis, acusando que a jogada prejudica a imagem do Supremo, sendo tramada intencionalmente por pessoas que têm interesse em enfraquecer o papel da Corte Suprema:
"Certamente tudo isso é negativo porque, na verdade, a população coloca todo mundo na mesma vala. Esse é o tipo de prática.
E é compreensível, porque a população não está preparada para fazer esse tipo de distinção. As matérias que saem, as pessoas leem manchete, muitas vezes não leem a matéria toda. Isso é negativo.
E aí tem que se perguntar: a quem interessa esse tipo de coisa?".
Gilmar Mendes foi explícito em denunciar uma perseguição do MPF contra seu companheiro do STF: "No caso do Toffoli, é evidente. Ele deu duas decisões, uma do fatiamento, outra do Paulo Bernardo. É natural que queiram acertar (o ministro).
Houve manifestações críticas dos procuradores. Isso já mostra uma atitude deletéria. Autoridade não reage com o fígado, não reage com informações à sua disposição.
Quem faz isso está abusando da autoridade".
Gilmar aproveitou para criticar decisão de Rodrigo Janot em cancelar o acordo judicial com Léo Pinheiro:
"Não entendo que seja o caso de suspender a delação ou prejudicar quem esteja disposto a contribuir com a Justiça. Eu acho que a investigação tem que ser em relação logo aos investigadores, porque esses vazamentos têm sido muito comuns, é uma prática bastante constante, e eu acho que é um caso típico de abuso de autoridade e isso precisa ser examinado com toda cautela".
A Veja denunciou que o ex-presidente da OAS teria indicado uma empresa para fazer uma obra na casa do ministro em Brasília.
Já Rodrigo Janot garantiu que não há qualquer referência a Toffoli ou a qualquer outro ministro do STF nos anexos do pré-acordo de delação que Pinheiro estava negociando com os procuradores da Operação Lava-Jato:
"Esse pretenso anexo jamais ingressou em qualquer dependência do Ministério Público. Portanto, de vazamento não se trata.
Ou se trata de um fato que o meio de comunicação houve por bem publicar ou se trata de um fato que alguém vendeu como verdadeiro a este meio de comunicação".
Janot insistiu na defesa de Toffoli:
"Reafirmo que não houve, nas negociações de colaboração dessa empreiteira nenhuma referência, nenhum anexo, nenhum fato enviado ao Ministério Público que envolvesse essa alta autoridade do Judiciário. A gente vaza aquilo que tem. Se você não tem a informação, não tem o acesso, você vaza o quê ? Você vaza o nada, aquilo que você não tem. Não vaza. Não sei a quem interessa essa cortina de fumaça. Na minha humilde opinião, trata-se de um quase estelionato delacional em que inventa-se um fato, divulga-se o fato para que haja pressão ao Ministério Público para aceitar, desta ou daquela maneira, eventual acordo de colaboração".
A Veja não iria inventar, irresponsavelmente, uma estória qualquer, com tanta gravidade institucional envolvida.
----> Assim, independentemente de polêmicas, seria dever de ofício de Janot - é investigar e punir o (suposto) vazamento, em vez de, simplesmente, pedir a anulação do acordo de colaboração do empreiteiro dedo-duro....(continua...)
(VEJA/ G1/R7/Globo/ Tribuna/ abril)