segunda-feira, 16 de maio de 2016

SAUDADES....

SAUDADES – Cassimiro de Abreu

"Nas horas mortas da noite ...
Como é doce o meditar,

Quando as estrelas cintilam 
Nas ondas quietas do mar...

Quando a lua majestosa 
Surgindo linda e formosa,

Como donzela vaidosa 
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio, 
De tristezas e de amor, ...

Eu gosto de ouvir ao longe, 
Cheio de mágoa e de dor, 
O sino do campanário ...

Que fala tão solitário 
Com esse som mortuário, 
Que nos enche de pavor.....

Então – proscrito e sozinho – 
Eu solto aos ecos da serra 
Suspiros dessa saudade ...

Que no meu peito se encerra.

Esses prantos de amargores 
São prantos cheios de dores:

– Saudades – dos meus amores, 

– Saudades – da minha terra!..."