domingo, 3 de abril de 2016

NUNCA TE VI, SEMPRE TE AMEI.....

VIDEOTECA - SUGESTÕES.......

DA SERIE:

"SESSÃO PIPOCA....."

Para ver ou rever ou ....não ver (depende de sua opinião)... ;)

"Nunca te Vi, Sempre te Amei"  (ou " 84 Charing Cross Road") - David Jones, Inglaterra-EUA, 1987. Título em Portugal: A Rua do Adeus. Título na França: "84 Charing Cross Road". - Baseado no livro de Helene Hanff - Produção Geoffrey Helman, Brooksfilm, Columbia Pictures, DVD Columbia.
"Nunca te Vi, Sempre te Amei" ou no original "84 Charing Cross Road", é um filme feito com profundo amor – o espectador percebe isso com facilidade.... 

Opinião - foi um profundo amor pela história real que conta, pelos personagens que de fato a existiram..... - é um profundo amor .... livros, ..... pela literatura.... 

Pelas pessoas, de maneira ampla, geral e irrestrita, etc.

Pela vida....

É impossível não se apaixonar por um filme feito com tanto amor....

Mas pode acontecer de o espectador e o filme não se conectam, não se sintonizam. 

Não é culpa nem do filme nem do espectador – nem é o caso de se culpar ninguém. 

Às vezes simplesmente isso acontece....


E, além do mais, é tudo uma questão de opinião – e em matéria de opinião não há nada a rigor certo ou errado. ...

Cada um tem a sua. 

Há quem respeite a opinião dos outros, há quem não saiba que existe essa coisa chamada respeito pela opinião dos outros.....

"Nunca te Vi, Sempre te Amei" - se baseia numa história real

Um dos dois protagonistas da história, Helene Hanff (1916-1997), escreveu um livro de memórias, que deu origem a uma peça de teatro, assinada por James Roose-Evans, a uma adaptação para a TV e, em 1987, a este filme, cujo roteiro foi escrito por Hugh Whitemore. 

O filme foi dirigido pelo inglês David Jones (1934-2008).

A história real relatada por Helene Hanff não tem, a priori, nada de "especial".... - É a História de jovem escritora de Nova York apaixonada por livros e por literatura inglesa descobre que uma livraria de Londres tem as obras que procura, e passa a se corresponder com um dos funcionários....

Só isso.

Nenhum crime a ser desvendado. 

A rigor, a rigor,  não há traição, ou triângulos amorosos...

Não há sexo, mistério, rock’n’roll, drogas, violência, traumas de infância, traumas de qualquer espécie.... - mas dá pra dar "uma viajada na maionese!...."

Não há tragédia, catástrofe, pânico, ....

Não há absolutamente nada extraordinário. Nada, nada, nada.

Há a relação e lembranças entre uma impetuosa, independente, batalhadora jovem nova-iorquina que se esforça para ganhar a vida primeiro como leitora de roteiros e depois como escritora para a TV, e um sereno, tranquilo, cinzento senhor londrino que trabalha numa livraria especializada em edições raras de velhos livros....

Ela escreve de Nova York excitadamente, eloquentemente, e ele responde de Londres profissionalmente,...... 

Não há nada de extraordinário na história da correspondência entre Helen Hanff, de Nova York, e Frank Doel, de Londres – e, no entanto, a história foi sucesso como livro, como peça em Nova York e Londres, e como filme....
É uma história tão simples, tão ausente de tragédias, etc - mas que foi capaz de apaixonar os espectadores por ser apenas isso: 

Uma riquíssima história de sensações, emoções, escondida atrás de uma "trama" que a rigor não seria capaz de dar origem sequer a um conto....

Helene Hanff vem na pele de Anne Bancroft, e Frank Doel é interpretado por Anthony Hopkins. 

E não há como não amar os personagens que esses dois grandes atores interpretam....

Talvez a interpretação de Anne Bancroft como Helene Hanff seja sua segunda melhor na vida. 

A ação do filme se espalha por cerca de 20 anos – começa em 1949, e vai até o final da década de 60

Anne Bancroft aparece como se fosse desde jovem até bem madura, e está extraordinária em todas as fases.... 
Quando ela se vira para a câmara e fala para ela – e portanto para o espectador –, mas na verdade está se dirigindo ao homem que ela nunca viu, mas de alguma forma sempre amou profundamente, essa atriz esplêndida é capaz de arrancar lágrimas de "pedras".

E está absolutamente perfeito (A. Hopkins), soberbo, como o "inglês sério, sisudo, convencional, cinzento, como eram os ingleses na imaginação das jovens intelectuais americanas em 1949."...
E não há como não amar aquela figura tão British, tão imaculadamente British, que se encanta com a compradora compulsiva de livros do outro lado do Atlântico....
"A chegada de uma cesta de Natal a Londres torna-se um grande acontecimento...."


(Vanessa Anacleto/ Kid Frases/, UFSC,  Jota T)