segunda-feira, 22 de junho de 2015

CORRUPÇÃO: MAIS 01 PRESO - MARCELO ODEBRECHT.....

CORRUPÇÃO ( in Terra Brasilis)-


É NOTÍCIA.....
---> “Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma......”, dizia Emilio Odebrecht, sobre possível prisão do filho. 
---> O presidente da Odebrecht, Marcelo, foi preso nesta sexta... (foto)
Desde que o avançar inexorável das investigações da Lava Jato expôs ao Brasil o desfecho que, cedo ou tarde, certamente viria, o mercurial empresário Emilio Odebrecht, patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América Latina, começou a ter acessos de raiva..... 

Nesses episódios, segundo pessoas próximas do empresário, a raiva – interpretada como ódio por algumas delas – recaía sobre os dois principais líderes do PT: a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

A exemplo dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, outros dois poderosos alvos dos procuradores e delegados da "Lava Jato", Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT está por trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

 “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht) - filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas....”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”

Na manhã da sexta-feira, 19 de junho de 2015, 459 dias após o início da Operação Lava Jato, prenderam o Marcelo. 

Ele estava em sua casa, no Morumbi, em São Paulo, quando agentes e delegados da Polícia Federal chegaram com o mandado de prisão preventiva, decretada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal da Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações do "petrolão" na primeira instância..... 

Estava na rua a 14ª fase da Lava Jato, preparada meticulosamente, há meses, pelos procuradores e delegados do Paraná, em parceria com a PGR. 

Quando ainda era um plano, chamava-se “Operação Apocalipse”. 

Para não assustar tanto, optou-se por batizá-la de "Erga Omnes", expressão em latim, um jargão jurídico usado para expressar que uma regra vale para todos – ou seja, "que ninguém, nem mesmo um dos donos da quinta maior empresa do Brasil, está acima da lei".... 

Era uma operação contra a Odebrecht e, também, contra a Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do país. 

Eram as empresas, precisamente as maiores e mais poderosas, que ainda faltavam no cartel do "petrolão"... 

Um "cartel" que, segundo a força-tarefa da "Lava Jato" - fraudou licitações da Petrobras, desviou bilhões da estatal e pagou propina a executivos da empresa e políticos do PT, do PMDB e do PP, durante os mandatos de Lula e Dilma.... 

Os comentários de Emilio Odebrecht eram apenas bravata - um desabafo de pai preocupado, fazendo de tudo para proteger o filho e o patrimônio de uma família? 
Ou era uma ameaça real a Dilma e a Lula? 

Os interlocutores não sabem dizer. 

Mas o patriarca tem temperamento forte, volátil e não tolera ser contrariado.... 

Também repetia constantemente que o filho não “tinha condições psicológicas de aguentar uma prisão.....”. 

Marcelo Odebrecht parece muito com o pai. Nas últimas semanas, segundo fontes ouvidas por ÉPOCA, teve encontros secretos com petistas e advogados próximos a Dilma e a Lula. 

---> Transmitiu o mesmo "recado": "não cairia sozinho.....


Ao menos uma dessas mensagens foi repassada diretamente à presidente da República. 

Que nada fez....

Quando os policiais amanheceram em sua casa, Marcelo Odebrecht se descontrolou. 

Por mais que a iminência da prisão dele fosse comentada amiúde em Brasília, o empresário agia como se fosse intocável. 

Desde maio do ano passado, quando ÉPOCA revelara as primeiras evidências da Lava Jato contra a Odebrecht, o empresário dedicava-se a desancar o trabalho dos procuradores.... 
Conforme as provas se acumulavam, mais virulentas eram as respostas do empresário e da Odebrecht. 

Antes de ser levado pela PF, ele fez três ligações.... 

Uma delas para um amigo que tem interlocução com Dilma e Lula – e influência nos tribunais superiores em Brasília. 

“É para resolver essa lambança”, disse Marcelo ao interlocutor, determinando que o recado chegasse à cúpula de todos os poderes. 

“....Ou não haverá Repúblicana segunda-feira.....”


Antes mesmo de chegar à carceragem em Curitiba, Marcelo Odebrecht estava “agitado, revoltado”, nas palavras de quem o acompanhava. 

Era um comportamento bem diferente de outro preso ilustre: 

o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Otávio Azevedo, como o clã Odebrecht, floresceu esplendorosamente nos governos de Lula e Dilma. 

Tem uma relação muito "próxima" com eles – e com o governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, também investigado porcorrupção, embora em outra operação da PF. 

Otávio Azevedo se tornou "compadre" de Pimentel quando o petista era ministro do Desenvolvimento e, como tal, presidia o BNDES.

Não há como determinar com certeza se o patriarca dos Odebrechts ou seu filho levarão a cabo as ameaças contra Lula e Dilma. 

Mas elas metem medo nos petistas por uma razão simples: a Odebrecht se transformou numa empresa de R$ 100 bilhões graças, em parte, às boas relações que criou com ambos. 

Se executivos da empresa cometeram atos de corrupção na Petrobras e, talvez, em outros contratos estatais, é razoável supor que eles tenham o que contar contra Lula e Dilma.

A prisão de Marcelo Odebrecht encerra um ciclo – talvez o maior deles – da Lava Jato. 

Desde o começo, a investigação que revelou o maior esquema de corrupção já descoberto no Brasil mostrou que, em 2015, é finalmente possível sonhar com um país com menos impunidade. 

Pela primeira vez, suspeitos de ser corruptores foram presos – os executivos das empreiteiras. 
Antes, apenas corruptos, como políticos e burocratas, eram julgados e condenados. 

E foi precisamente esse lento acúmulo de prisões, e as delações premiadas associadas a elas, que permitiu a descoberta de evidências de corrupção contra Marcelo Odebrecht, o empreiteiro que melhor representa a era Lula.
Foram necessárias seis delações premiadas, dezenas de buscas e apreensão em escritórios de empresas e doleiros e até a colaboração de paraísos fiscais para que o dia 19 de junho fosse, enfim, possível... (continua....)

(fote: revista ÉPOCA) 

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