sábado, 6 de setembro de 2014

DIA-DO-SEXO (6.9)...HMMMM...! (3)



E,......APROVEITANDO O ENSEJO......



E NO "DIA DO SEXO"......

---------> LITERATURA........(!)

NOTA:

A "fama" do portugues "Manuel Maria Barbosa du Bocage" (1765-1805) não se divide apenas em "boa" e "má", isto é, entre a modelar poesia arcadica ou romantica e a mal-exemplar poesia fescennina: esta mesma é motivo de controversia, a partir do ponto em que foi renegada pelo proprio autor. 

Não vou aqui esmiuçar fatos e "versões" de fontes e/perversões (sexuais)..... 

Limito-me a apenas "resgatar", para divulgação na rede virtual, a parcela "expurgada" da produção  "bocageana", tal como - as de Laurindo Rabello, seu "sucessor" de Bocage no Brasil.... (parte 1)

EXEMPLO: (in Português 'Lusitano'...)
"SONETO DO EPITAPHIO..."

"La quando em mim perder a humanidade
Mais um daquelles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o theologo, o peralta,
Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade:

Não quero funeral communidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gattarrões, gente de malta,
Eu tambem vos dispenso a caridade:

Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa:

--> "Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu ....sem ter (sequer) dinheiro...."...."
,

"SONETO DO MEMBRO MONSTRUOSO..."

"Esse dysforme, e rigido porraz
Do semblante me faz perder a cor:
E assombrado d'espanto, e de terror
Dar mais de cinco passos para traz:

A espada do membrudo Ferrabraz
De certo não mettia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz.

Creio que nas fodaes recreações
Não te hão de a rija machina soffrer
Os mais corridos, sordidos cações:

De Venus não desfructas o prazer:
Que esse monstro, que alojas nos calções,
É porra de mostrar, não de foder...."


OU,

"SONETO AO ARCADE FRANÇA..."

"No cantho de um venal salão de dansa,
Ao som de uma rebeca desgrudada,
Olhos em alvo, a porra arrebitada,
Bocage, o folgazão, rostia o França. (2)

Este, com mogigangas de creança,
Com a mão pelos ovos encrespada,
Brandia sobre a roxa fronte alçada
Do assanhado porraz, que quer lambança.

Veterana se faz a mão bisonha;
Tanto a tempo meneia, e sua o bicho,
Que em Bocage o tesão vence a vergonha:

Quiz vir-me por luxuria, ou por capricho;
Mas em vez de acudir-lhe alva langonha
Rebenta-lhe do cu merdoso esguicho...."

**********

"SONETO DE TODOS OS CORNOS...."


"Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Cornissimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos teem reinado.

Sicheu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu c'roa;
Amphitryão com toda a sua proa
Na Fabula não passa por honrado;

Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga lettra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;

Tudo no mundo está sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso,
Pois isto de ser corno é tudo peta....."