E,......APROVEITANDO O ENSEJO......
E NO "DIA DO SEXO"......
---------> LITERATURA........(!)
NOTA:
A "fama" do portugues "Manuel Maria Barbosa du Bocage" (1765-1805) não se divide apenas em "boa" e "má", isto é, entre a modelar poesia arcadica ou romantica e a mal-exemplar poesia fescennina: esta mesma é motivo de controversia, a partir do ponto em que foi renegada pelo proprio autor.
Não vou aqui esmiuçar fatos e "versões" de fontes e/perversões (sexuais).....
Limito-me a apenas "resgatar", para divulgação na rede virtual, a parcela "expurgada" da produção "bocageana", tal como - as de Laurindo Rabello, seu "sucessor" de Bocage no Brasil.... (parte 1)
EXEMPLO: (in Português 'Lusitano'...)
"SONETO DO EPITAPHIO..."
"La quando em mim perder a humanidade
Mais um daquelles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o theologo, o peralta,
Algum duque, ou marquez, ou conde, ou frade:
Não quero funeral communidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gattarrões, gente de malta,
Eu tambem vos dispenso a caridade:
Mas quando ferrugenta enxada edosa
Sepulchro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitaphio mão piedosa:
--> "Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu ....sem ter (sequer) dinheiro...."...."
,
"SONETO DO MEMBRO MONSTRUOSO..."
"Esse dysforme, e rigido porraz
Do semblante me faz perder a cor:
E assombrado d'espanto, e de terror
Dar mais de cinco passos para traz:
A espada do membrudo Ferrabraz
De certo não mettia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz.
Creio que nas fodaes recreações
Não te hão de a rija machina soffrer
Os mais corridos, sordidos cações:
De Venus não desfructas o prazer:
Que esse monstro, que alojas nos calções,
É porra de mostrar, não de foder...."
OU,
"SONETO AO ARCADE FRANÇA..."
"No cantho de um venal salão de dansa,
Ao som de uma rebeca desgrudada,
Olhos em alvo, a porra arrebitada,
Bocage, o folgazão, rostia o França. (2)
Este, com mogigangas de creança,
Com a mão pelos ovos encrespada,
Brandia sobre a roxa fronte alçada
Do assanhado porraz, que quer lambança.
Veterana se faz a mão bisonha;
Tanto a tempo meneia, e sua o bicho,
Que em Bocage o tesão vence a vergonha:
Quiz vir-me por luxuria, ou por capricho;
Mas em vez de acudir-lhe alva langonha
Rebenta-lhe do cu merdoso esguicho...."
**********
"SONETO DE TODOS OS CORNOS...."
"Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Cornissimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos teem reinado.
Sicheu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu c'roa;
Amphitryão com toda a sua proa
Na Fabula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga lettra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo está sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso,
Pois isto de ser corno é tudo peta....."