DA SERIE:
"SEGUINDO NO PADRÃO-FIFA (SEMPRE!)"
&
"DAS COISAS QUE SÓ ACONTECEM NO BRASIL"
----> TRÈS BIEN Mes AMIS!!!!!
Aproveitem e vejam/ revejam a materia (video) - "O comercial mais sincero do mundo"
http://sonia-furtado.blogspot.com.br/2014/03/o-comercial-de-cerveja-mais-sincero-do.html
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Desta vez é verdade.
Um mês depois da polêmica gerada por um texto falso atribuído à revista 'France Football ' - que criticava fortemente a organização da Copa do Mundo no Brasil, o site da revista esportiva francesa “So Foot” publicou uma extensa reportagem sobre a preparação do Brasil para o Mundial.
O texto, carregado de sarcasmo e humor ácido, mostra a que veio já no título:
“Viva a Bagunça Brasileira!”
(Vive Le Bordel Brésilien!).
Em francês, a palavra 'bordel' serve tanto para designar casas de prostituição quanto uma grande bagunça.
'SO FOOT'- A reportagem divide as cidades-sede em três grupos:
as que realmente deveriam estar sediando a Copa e que valem a viagem, mas que nem por isso estão livres de problemas (Les villes où ça devrait le faire), as sedes em que inevitavelmente a Copa será uma bagunça (“Les villes dans lesquelles ce sera forcément le bordel”), e aquelas onde o melhor mesmo é deixar para ver os jogos pela televisão.....
No primeiro grupo, estão Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
Nessas cidades, a revista identifica problemas menores, como problemas de conexão com a internet e falhas nos telões no estádio do Beira-Rio, na capital gaúcha.
Já sobre Brasília, a reportagem destaca o alto custo de construção do Estádio Nacional Mané Garrincha, em uma cidade que não possui clubes de expressão no cenário nacional.
Já no segundo grupo, o da bagunça inevitável, estão São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Natal.
O Aeroporto do Galeão (RJ) é descrito como “indigno de uma capital turística”:
“Edifícios degradados, pistas saturadas nas altas estações e paralisação das atividades em cada chuva forte prometem grandes doses de diversão”, ironiza a publicação.
Sobre São Paulo, a reportagem afirma ser a cidade “irmã da Cidade do México e prima do Cairo (capital do Egito)”, centros urbanos conhecidos mundialmente pelo trânsito caótico.
Já Salvador teria um trânsito difícil na hora do rush. “Considerando que o estádio [Arena Fonte Nova] fica em uma região central da cidade, vai haver sofrimento”.
Finalmente, no grupo das cidades em que seria melhor ver os jogos pela TV, estão Cuiabá, Manaus e Curitiba.
O aeroporto da capital mato-grossense é descrito como “um campo de barro”.
“[O aeroporto] é do tamanho de uma cozinha, mas há um lindo papagaio pintado na parede.
Nenhuma grande nação vai jogar em Cuiabá.
E depois dizem que o sorteio é aleatório”.
Já Curitiba é tratada como a “grande emoção pré-Mundial”, com a dúvida até o último minuto sobre se o estádio estará ou não pronto a tempo.
A reportagem critica não só a situação dos estádios, aeroportos e infraestrutura em todas as 12 cidades-sede brasileiras.
Sobrou também para a Fifa, para o seu presidente, Joseph Blatter (descrito como alguém que, no Brasil, nunca havia colocado os pés fora do Copacabana Palace), e para o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.
A revista afirma que o turista que vier à Copa vai encontrar: filas em todos os lugares, voos atrasados chegando às cidades dos jogos após o término das partidas e torcedores enfurecidos por perderem o espetáculo.
O texto continua:
No caso dos aeroportos, os processos de licitação das obras só foram lançados após as eleições de 2010.
Quanto à mobilidade urbana… não se moderniza um país em seis meses, especialmente um país como o Brasil. E por mobilidade urbana entende-se os meios mais básicos de transporte:
vias de acesso a locais turísticos, estradas, corredores de ônibus, metrô e trens urbanos etc. Logo, serão os seus pés os que farão a maior parte do trabalho.”
De acordo com a reportagem, parte da culpa para que se tenha chegado à marca dos 100 dias para o início da Copa na situação em que se chegou é também da entidade que comanda o futebol mundial.
“A Fifa, do seu lado, é prisioneira de um Brasil com quem ela briga/late/chicoteia a cada semana, como se tivesse tratando com uma criança, com um sentimento vago de que é tarde demais”.
(IMAGEM: ATÉ A "SEGURANÇA" SEGUIRÁ O"PADRÃO-FIFA"...)
Sobrou até para o “jeitinho brasileiro”:
“Joseph Blatter, então, agora se mostra chocado:
‘Nenhum país teve tanto tempo para se preparar quanto o Brasil’, e ele está certo. Errado ele estava em 2007 [quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa], ao impor ao país um “padrão Fifa” que estava distante demais de sua realidade, e que culturalmente não sabe dizer não.
Mas sabe dizer, porém, quando já tarde demais, “desculpe, mas teremos que fazer alguns arranjos”.
A reportagem foi publicada no dia 3 de março. No dia seguinte, a revista publicou novo texto sobre o Brasil e a Copa, desta vez destacando as manifestações que varreram o país em junho do ano passado, durante a Copa das Confederações, apontando que o povo brasileiro está insatisfeito com o alto custo da preparação do país para a Copa, majoritariamente custeados pelos cofres públicos....