SOCIAL -
Qual o efeito do "Bolsa Família" no desemprego?
'A taxa de desemprego caiu de 5,2% em outubro para 4,6% em novembro nas seis regiões metropolitanas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avalia em seu relatório de Emprego e Salário.
Esta é a menor taxa para os meses de novembro e se equipara à vista em dezembro do ano passado, também 4,6%, o menor nível de desemprego desde o início da série histórica da pesquisa, em março de 2002.
Em novembro do ano passado, a taxa de desocupação estava em 4,9%.
Ao mesmo tempo, a geração do “nem-nem” aumenta sem parar.
São aqueles que nem estudam, nem procuram emprego.
A taxa de desemprego medida pelo IBGE depende da quantidade de gente procurando emprego.
Se a pessoa está sem trabalho, mas não se coça para encontrar um, então ela simplesmente não faz parte do rol de desempregados, segundo o IBGE.
Além da quantidade crescente de pessoas que simplesmente não procuram emprego, temos um gasto com seguro-desemprego que também aumenta a cada ano.
A conta não fecha!
Uma taxa de desemprego em patamar mínimo histórico, com cada vez mais gente sem procurar emprego, e cada vez mais gasto com seguro-desemprego?!
Por essas e outras que a estatística já foi chamada de “a arte de torturar números até que eles confessem qualquer coisa”.
Como dizia Roberto Campos, ela é como o "biquíni":
mostra bastante coisa, mas esconde o essencial...
O que está por trás deste aparente paradoxo?
Arrisco uma tese: Bolsa Família. Não digo que explique a coisa toda. Mas algum efeito razoável deve ter.
E faltam estudos sobre o assunto.
Quantas pessoas deixam de procurar emprego oficial porque recebem as esmolas estatais?
Quantos podem se manter na geração “nem-nem” porque o governo banca sua sobrevivência?
Não temos as respostas.
Deveríamos ter, ao menos, estimativas.
Para avaliar o programa como um todo, seria importante ter estas informações.
O que sabemos, por ora, é que soa estranho falar em mínima taxa de desemprego ao mesmo tempo em que temos cada vez mais gente sem buscar emprego e mais gastos com seguro-desemprego.
Coisas do nosso Brasil....'
( Por Rodrigo Constantino)