MITOLOGIA -
Nos tempos dos gregos e romanos, Cibele era chamada de "A Mãe dos Deuses".
O grande Sófocles a chamava de a "Mãe de Tudo"....
Seu culto teve início na Anatólia Ocidental e na Frigia, onde era conhecida como "A Senhora do Monte Ida".
A montanha, a caverna, os pilares de rocha e rochedo, são locais luminosos, de uma vitalidade pré-orgânica, que foram vivenciados em participação mística com a "Grande Mãe", na qualidade de trono, assento, moradia, e como encarnação da própria Deusa....
Cibele era a deusa dos mortos, da fertilidade, da vida selvagem, da agricultura e da Caçada Mística.
Tamboretes, pratos e tambores eram utilizados em seus rituais.
Uma estátua grega mostra a deusa sentada em um trono e ladeada de leões.
Era representada como uma mulher madura, com grandes seios, coroada com espigas de trigo, vestida com flores e folhas e carregando várias chaves.
Os romanos decoravam suas estátuas com rosas.
O culto de Cibele tornou-se tão popular que o senado romano, a despeito de sua política permanente de tolerância religiosa, se vira obrigado, em defesa do próprio Estado, a por cabo à observância dos rituais da deusa-mãe.
O templo de Cibele, em Roma, foi transformado pela Igreja Católica na atual Basílica de São Pedro, no século IV, quando uma seita de cristãos montanheses, que ainda veneravam Cibele e admitiam mulheres como sacerdotes, foi declarada herética, sendo abolida e seus seguidores queimados vivos....
Cibele possuía seus próprios "Mistérios sagrados", do mesmo modo que as deusas Perséfone e Deméter.
Suas cerimônias eram celebradas à noite, pois ela era a Rainha da Noite.
Era também conhecida por possuir uma profunda sabedoria a qual compartilhava apenas com seus seguidores legítimos.
Homens emasculados dedicados ao seu culto eram considerados encarnações de seu filho Átis, um deus lunar que usava a lua crescente como uma coroa de uma maneira muito própria, sendo tanto filho como amante de sua mãe Cibele, a deusa da Lua...
O Mito de Átis relata que ele estava para se casar com a filha do rei, quando sua mãe, estando apaixonada por ele, tornou-o louco.
Átis, na loucura, ou no êxtase, castrou-se diante da Grande Deusa.
Anualmente, em um culto que data de 900 a.C., em 24 de março é celebrada a tristeza de Cibele por seu filho. O pranto por Átis lembra a tristeza de Istar por Tamuz e a de Afrodite por Adônis.
Mas no culto de Cibele foi dada grande proeminência a um elemento especial.
O terceiro dia da festa era chamado "dies sanguinis". Nele a expressão emocional por Átis alcançava o máximo.
Cantos e lamúrias misturavam-se, e o abandono emocional levava a um auge orgástico. Então, num frenesi religioso, os jovens começavam a se ferir com facas; alguns até executavam o sacrifício último, castrando-se frente à imagem da Deusa e jogando as partes ensanguentadas sobre sua estátua.
Outros corriam sangrando pelas ruas e atiravam os órgãos em alguma casa por onde passassem. Esta casa era então obrigada a suprir o jovem com roupas de mulher, pois agora havia se tornado um sacerdote eunuco.
Depois da castração usavam cabelos longos e vestiam-se com roupas femininas....
Neste rito sangrante, o "lado escuro" ou inferior da Grande-Deusa é claramente visto....
Ela é verdadeiramente a "Destruidora".
Mas, muito estranhamente, seus poderes destrutivos parecem ser dirigidos quase que tão somente para os homens.
Eles, quando escolhidos, precisavam sacrificar sua virilidade completamente e de uma vez por todas, num êxtase louco onde a dor e a emoção misturavam-se inextricavelmente.
Mas...Como diziam os primitivos: "a Lua é destrutiva para os homens, mas é de natureza diferente para as mulheres, apresentando-se como sua patrona e protetora”....
"A humildade do coração não exige que te humilhes, mas que te abras.....
....... É essa a chave das trocas......"