sábado, 30 de novembro de 2013

A DEUSA CIBELE (2)

MITOLOGIA - 

Nos tempos dos gregos e romanos, Cibele era chamada de "A Mãe dos Deuses"

O grande Sófocles a chamava de a "Mãe de Tudo"....

Seu culto teve início na Anatólia Ocidental e na Frigia, onde era conhecida como "A Senhora do Monte Ida".

A montanha, a caverna, os pilares de rocha e rochedo, são locais luminosos, de uma vitalidade pré-orgânica, que foram vivenciados em participação mística com a "Grande Mãe", na qualidade de trono, assento, moradia, e como encarnação da própria Deusa....

Cibele era a deusa dos mortos, da fertilidade, da vida selvagem, da agricultura e da Caçada Mística. 

Tamboretes, pratos e tambores eram utilizados em seus rituais

Uma estátua grega mostra a deusa sentada em um trono e ladeada de leões. 
Era representada como uma mulher madura, com grandes seios, coroada com espigas de trigo, vestida com flores e folhas e carregando várias chaves. 
Os romanos decoravam suas estátuas com rosas. 

O culto de Cibele tornou-se tão popular que o senado romano, a despeito de sua política permanente de tolerância religiosa, se vira obrigado, em defesa do próprio Estado, a por cabo à observância dos rituais da deusa-mãe.

O templo de Cibele, em Roma, foi transformado pela Igreja Católica na atual Basílica de São Pedro, no século IV, quando uma seita de cristãos montanheses, que ainda veneravam Cibele e admitiam mulheres como sacerdotes, foi declarada herética, sendo abolida e seus seguidores queimados vivos....

Cibele possuía seus próprios "Mistérios sagrados", do mesmo modo que as deusas Perséfone e Deméter. 
Suas cerimônias eram celebradas à noite, pois ela era a Rainha da Noite. 

Era também conhecida por possuir uma profunda sabedoria a qual compartilhava apenas com seus seguidores legítimos.

Homens emasculados dedicados ao seu culto eram considerados encarnações de seu filho Átis, um deus lunar que usava a lua crescente como uma coroa de uma maneira muito própria, sendo tanto filho como amante de sua mãe Cibele, a deusa da Lua...

O Mito de Átis relata que ele estava para se casar com a filha do rei, quando sua mãe, estando apaixonada por ele, tornou-o louco.

Átis, na loucura, ou no êxtase, castrou-se diante da Grande Deusa

Anualmente, em um culto que data de 900 a.C., em 24 de março é celebrada a tristeza de Cibele por seu filho. O pranto por Átis lembra a tristeza de Istar por Tamuz e a de Afrodite por Adônis.


Mas no culto de Cibele foi dada grande proeminência a um elemento especial. 

O terceiro dia da festa era chamado "dies sanguinis". Nele a expressão emocional por Átis alcançava o máximo. 

Cantos e lamúrias misturavam-se, e o abandono emocional levava a um auge orgástico. Então, num frenesi religioso, os jovens começavam a se ferir com facas; alguns até executavam o sacrifício último, castrando-se frente à imagem da Deusa e jogando as partes ensanguentadas sobre sua estátua. 

Outros corriam sangrando pelas ruas e atiravam os órgãos em alguma casa por onde passassem. Esta casa era então obrigada a suprir o jovem com roupas de mulher, pois agora havia se tornado um sacerdote eunuco. 

Depois da castração usavam cabelos longos e vestiam-se com roupas femininas....
Neste rito sangrante, o "lado escuro" ou inferior da Grande-Deusa é claramente visto.... 

Ela é verdadeiramente a "Destruidora". 

Mas, muito estranhamente, seus poderes destrutivos parecem ser dirigidos quase que tão somente para os homens. 

Eles, quando escolhidos, precisavam sacrificar sua virilidade completamente e de uma vez por todas, num êxtase louco onde a dor e a emoção misturavam-se inextricavelmente. 

Mas...Como diziam os primitivos: "a Lua é destrutiva para os homens, mas é de natureza diferente para as mulheres, apresentando-se como sua patrona e protetora”....

"A humildade do coração não exige que te humilhes, mas que te abras.....

....... É essa a chave das trocas......"



"CIBELE": A ABELHA-RAINHA.....

MITOLOGIA -




O antropólogo e sociólogo suíço Johann Jakob Bachofen foi pioneiro em trazer à discussão a existência de um período matrístico na história da humanidade. 

Em sua obra intitulada "Mother Right" [Direito Materno], publicada em 1861, ele delineou uma nova visão do papel da mulher e da maternidade na origem dos agrupamentos humanos....

Utilizou como exemplo a organização das abelhas, afirmando que, assim como toda a colmeia se organiza em torno da "abelha-rainha", os seres humanos primeiramente se agruparam em torno da grande "mãe"....

As abelhas surgiram junto com as flores e os frutos. A vida das abelhas e das flores está intimamente associada. Insetos laboriosos e disciplinados, sua vida acontece no limiar entre o reino vegetal e animal, domínios da Mãe Primordial. Não apenas realizam a importante tarefa da polinização, como também transformam o néctar das flores em mel, este alimento divino que, junto com o leite, sempre foi a principal oferenda à mãe-terra.

Quem faz o trabalho de coleta do néctar são as abelhas-operárias, todas elas abelhas fêmeas, que também se ocupam da construção da colmeia e dos cuidados com o berçário, bem como da alimentação e dos cuidados com a abelha-rainha, personagem central e mais importante da colmeia. 

Dela depende a própria existência da colmeia, não apenas porque ela segrega o feromônio, substância que possibilita às abelhas-operárias se orientarem, mas também porque é a única abelha com capacidade de reprodução...

Nascida de um ovo fecundado e criada em uma célula especial, sua alimentação consiste exclusivamente de uma substância rica em proteínas, vitaminas e hormônios sexuais, que conhecemos como geleia real, o alimento da rainha. 

A partir do nono dia de vida, ela já está pronta para realizar o voo nupcial, ocasião para a qual escolhe dias quentes e ensolarados. 

Em pleno voo, ela libera feromônio para atrair os zangões de todas as colmeias das redondezas

"Seleciona" os zangões que irão fecundá-la, voando em grandes altitudes e em alta velocidade, de modo que apenas os mais fortes e rápidos consigam alcançá-la.

Quando um zangão alcança a abelha-rainha, acontece a cópula nupcial, ocasião em que a rainha prende o testículo do zangão, que morre gloriosamente após fecundá-la. Em média, a abelha-rainha é fecundada por 6 a 8 zangões, cujo esperma ela armazena e utiliza para a postura de ovos.

Assim como as abelhas, também os primeiros "clãs" humanos se agruparam em torno da mãe, constituindo uma organização social baseada na linhagem uterina

Neste período matrístico da história da humanidade, a coesão grupal era assegurada através das mães clânicas

As mulheres mais velhas do grupo administravam a produção e distribuição dos frutos da terra, que pertencia a todos.

A "Grande Mãe Primordial" era a mãe de toda vida, vegetal, animal e humana

Os grupos humanos que vagavam pela terra, seguindo as manadas e coletando os frutos da terra, conheciam-na como "Senhora dos Animais", detentora do poder de assegurar tudo que fosse necessário para uma longa e boa vida.

Com o advento da agricultura e a domesticação de animais, durante o neolítico, passou a ser cultuada como a Mãe-Terra, o próprio solo que nos sustenta, nutre e recolhe.

Uma das mais antigas representações desta "Mãe Primordial" nos foi legada pelos grupos humanos autóctones da Anatólia, região peninsular que conecta a Ásia com a Europa

Por volta de 6000 anos antes da era comum, foi representada como uma mulher nua, corpulenta, com seios fartos, sentada majestosamente em um trono ladeado por leopardos, dando à luz.

Porção asiática da moderna Turquia, localizada a leste do Bósforo, entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo, a topografia da Anatólia apresenta um grande planalto central semi-árido, coroado por colinas e montanhas de difícil acesso. 

Seu nome quer dizer “brilho do sol”, atribuído pelos gregos, em referência à sua localização a leste.

Descobertas arqueológicas revelaram que a região foi ocupada por diferentes levas migratórias, até que uma população de origem desconhecida se assentou de forma permanente, construindo uma das mais antigas cidades até agora descobertas, datando de 10 mil antes da era comum. 

Localizada perto da atual cidade de Çatalhüyük, as descobertas deste sítio revelaram a estabilidade e continuidade de uma cultura em que a figura da deusa era o símbolo central

Nos santuários de Çatalhüyük, escreve Riane Eisler em "O Cálice e a Espada" - a deusa é representada tanto grávida quanto dando à luz, acompanhada de animais poderosos, como leopardos e touros.... 

Ainda intimamente "conectados" com a natureza e sujeitos às suas oscilações, nossos ancestrais procuraram formas de intervir nos ciclos naturais, para que estes lhes fossem mais propícios. 

Utilizando-se da arte mágica, criaram cerimônias e ritos para assegurar a ocorrência das forças cósmicas, cerimônias e encantamentos que tinham por objetivo fazer a chuva cair, o sol brilhar, os animais se multiplicarem e vicejarem os frutos da terra

Ao aplicar os mesmos princípios à vida humana, personalizaram os poderes por trás destas forças cósmicas, criando sistemas religiosos que abarcavam tanto os processos da natureza quanto a cultura humana. 

A figura da "Mãe Primordial", como senhora dos animais e mãe-terra, foi o primeiro grande poder unificador do mundo natural e humano.

No segundo milênio antes da era comum, os hititas conquistaram a península anatoliana, sendo substituídos pelos frígios, que se fixaram a noroeste, por volta do século XIV a.e.c. 

Assimilando muito da cultura e da religião dos povos autóctones, os frígios continuaram a cultuar a grande deusa-mãe, a quem chamaram de Cibele, Mãe da Montanha. 

Em sua iconografia, os leopardos foram substituídos por leões e sua figura recebeu uma touca cilíndrica e um véu cobrindo o corpo. Corporificando as energias reprodutivas da natureza, ela é a grande deusa da maternidade e da fertilidade.

Com o tempo, Áttis, um jovem e belo pastor, lhe foi associado como filho e amante

Representando a vegetação, anualmente morria e renascia da deusa. 

Há duas versões sobre sua morte: em uma delas, foi morto por um javali, os porcos selvagens sendo os primeiros animais a serem domesticados e cuja fêmea, devido à sua grande capacidade procriadora, é um dos mais antigos símbolos de fertilidade. 

Em outra versão, castrou-se sob um pinheiro e sangrou até morrer. Violetas nasceram no lugar em que seu sangue manchou a terra....

Os rituais de fertilidade celebram, essencialmente, a morte da vegetação e seu ressurgimento na primavera. 

Nos mitos da terra-mãe, a vegetação é personificada na figura do filho/amante, que morre após fertilizá-la, condição para que um novo ciclo vital possa ocorrer. 
Não há separação entre as coisas vegetais e animais, na concepção daqueles que celebram as cerimônias mágicas relacionadas com as estações e a fertilidade animal e humana. 

Para eles, escreve James Frazer em The Golden Bough, “o princípio da vida e da fertilidade, seja vegetal seja animal, é indivisível”.

Em sua função de abelha-rainha, Cibele é a mãe-terra, o feminino divino, enquanto Áttis representa o zangão, o sagrado masculino que morre, após fecundá-la. 

As sacerdotisas de Cibele eram conhecidas como Melissas (abelhas) e os sacerdotes de Áttis emulavam o destino dos zangões, emasculando-se no momento de sua iniciação, que acontecia por ocasião dos ritos primaveris da deusa, em que era festejado o renascimento do filho-amante, representado pelas violetas, que floresciam entre os pinheiros.....

Com o retorno da vegetação após um período invernal, época em que as abelhas permanecem reclusas no interior da colmeia, e após a fecundação da abelha-rainha, a florada primaveril atrai enxames de abelhas-operárias para os campos e bosques floridos, a fim de colher o néctar das flores. 

Com esta sua ação, realizam o milagre da polinização, fundamental para o surgimento dos frutos. Imitando o enxame das abelhas-operárias, as sacerdotisas de Cibele percorriam os prados, inebriando-se de vida nova e realizando os ritos extáticos, característicos de seu culto.

O culto da Grande Mãe da Ásia Ocidental e seu filho-amante expandiu-se por todo o mundo antigo, até alcançar Roma, de onde temos a descrição mais detalhada do grande festival de Cibele e Áttis. 

Contudo, já inseridos em uma organização patriarcal, a ênfase dos festivais romanos recai sobre Áttis, em sua função de zangão, e não mais em Cibele, a abelha-rainha.
Realizado no mês de março, um pinheiro era cortado e, como efígie do deus, trazido para o santuário, onde era enfaixado e coberto com violetas. 

Trombetas soavam no dia seguinte. No terceiro dia, o Arquigalli, sumo-sacerdote de Áttis, vertia seu próprio sangue como oferenda. Mas ele não era o único a verter seu sangue. Incitados pela música selvagem de címbalos, tambores, trompas e flautas, todos os galli, jovens sacerdotes devotados a Áttis, giravam e balançavam a cabeça, até entrar em um frenesi de auto-flagelamento, quando, indiferentes à dor, se cortavam para aspergir o altar e a árvore sagrada com seu sangue. No dia seguinte, a notícia da ressurreição do deus é celebrada com uma explosão de alegria. 

Finalmente, o festival é encerrado com o banho ritual da imagem da deusa no rio.

Em sua trajetória desde a Anatólia até Roma, vamos encontrar o culto à Grande Mãe da Ásia como abelha-rainha assimilado às deusas gregas. 

Como senhora dos animais, vamos encontrá-la como Ártemis

Seu aspecto de mãe-terra se encontra na figura de Deméter

A cópula sagrada, núcleo de todos os rituais de fertilidade, está presente no mito de Afrodite.

Mesmo sob diferentes nomes, contudo, seu culto permanece essencialmente o mesmo, ou seja, a deusa como o divino feminino que é perene, fecundada pelo sagrado masculino que anualmente morre e renasce da deusa, cujo encontro propicia a propagação de animais e plantas, cada um em sua espécie. 

A renovação resultante sempre enseja ritos extáticos, com dança e música, em que predomina a liberdade, a alegria e a sexualidade....


COMETA ISON "SOBREVIVE"....(4)


ASTRONOMIA - 


E CONTRA TODOS OS "PROGNÓSTICOS" "CIENTÍFICOS" ("Terráqueos").......

VIDEO:








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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

COMETA ISON (3)




É NOTÍCIA!....


COMETA ISON......(3)


Embora ainda não tenha confirmação oficial, a imagem mostra que algum "fragmento" passou...

(fonte: SOHO/ Spaceweather)
























"O RIO DE JANEIRO CONTINUA LIIIINDOOO..."

É NOTÍCIA!





SEGURANÇA PÚBLICA - 

SÉRIE DE "ARRASTÕES" CONTRA OS FREQUENTADORES DAS PRAIAS NO RIO DE JANEIRO.....

(E ISSO PORQUE  EVENTOS INTERNACIONAIS COMO "OLIMPÍADAS" E "COPA-DO-MUNDO" AINDA NEM COMEÇARAM......)