domingo, 2 de setembro de 2012

"O REINO SUBTERRÂNEO...." - PARTE 2.

SÉRIE: CURIOSIDADES

(CONTINUAÇÃO)


Foram citados anteriormente alguns exploradores e obras ocultistas que falam de um reino subterrâneo habitado. Porém, encontramos mais obras que falam, direta ou indiretamente, ou pelo menos usam esse tema como fundamento de seus trabalhos. Paralelamente às pesquisas esotéricas no oriente, notamos na América uma farta quantidade de tradições intraterrenas:

Trezentos e dezoito anos depois das viagens de Dante Alighieri pelas regiões inferiores da Natureza e cento e cinqüenta e três anos depois de Atanasious Kircher (autor da obra teológica Mundus Subterraneus) surge nos Estados Unidos certo capitão-de-infantaria chamado John Cleves Symmes. 
Conhecido nacionalmente por ter se tornado herói nas guerras contra os ingleses, assombrou a todos os seus contemporâneos com uma insólita declaração.

Em 10 de abril de 1818, o capitão Symmes, aproveitando-se de sua fama, encaminhou uma carta-circular a diversos Congressistas norte-americanos, a todas as sociedades culturais e científicas e a algumas celebridades de seu país, num total de 500 cópias. 
Ele afirmava enfaticamente que a Terra é Oca e possivelmente habitável.

Pelos termos de sua carta, por sua fama de herói nacional e pelo fato de parte dos Estados Unidos e mesmo do mundo ainda não ter sido totalmente desbravada, podemos avaliar o impacto causado por tal carta. 
Os termos de seu manifesto, gerando ao mesmo tempo espanto, desprezo e reflexão, foram os seguintes:

“Para todo o mundo, declaro que a Terra é oca e habitável; encerra um conjunto de esferas sólidas concêntricas, engastadas entre si, e que têm abertura nos pólos, a doze ou dezesseis graus. 
Dedicarei minha vida para demonstrar essa verdade e estou pronto para iniciar a exploração do vazio. Com o apoio mundial, lançar-me-ei ao empreendimento......”

No rodapé desse manifesto, como um Post Scriptum, destacava Symmes: 

“Terminei para a Imprensa um tratado sobre os princípios da matéria, no qual revelo as provas de minha proposta e relato os vários fenômenos…” 
Esse e muitos outros relatos trouxeram algumas revoluções, como nos meios que veremos agora....

NA LITERATURA :

Enumera-se em seguida somente alguns escritores e seus romances que ficaram fascinados com as aventuras intraterrenas:

* Edgard Allan Poe (Manuscrito Encontrado numa Garrafa, 1831)
* Julio Verne (Viagem ao Centro da Terra, 1863)
* Tyssot de Patot (Vida, Aventura e Viagem do Reverendo Cordelier de Messarge, 1720: descreve a descoberta, no Polo Norte, de uma civilização ignorada, abrigada em cidades subterrâneas)
* Leon Duvall (No Centro da Terra, 1925)
* Obroutchev (Plutonia, 1924)
* Richard Bessiere (Os Sete Anos de Rea, 1962)
* Edward Bulwer-Lytton (Vril, o Poder da Raça Futura, 1871)

(....)

Considerado um dos maiores escritores do Romantismo inglês, Bulwer-Lytton transcreveu e adaptou o relato que lhe foi feito por um viajante americano que afirmava ter penetrado acidentalmente em uma gigantesca caverna, num ponto qualquer das Ilhas Britânicas. Dentro dessa gruta, contatou uma estranhíssima civilização, diferente de qualquer outra da superfície. 
Os relatos desse livro são tão fantásticos que originaram discussões entre grandes acadêmicos da época.

Breve transcrição de texto/relato:
“Encontrando-me no ano de 18…, em …, fui convidado por um engenheiro com quem travara conhecimento a visitar as entranhas da caverna de …, onde ele trabalhava.

Permitam-me dizer, pois, com a brevidade possível, que acompanhei o engenheiro ao interior da mina e me senti tão estranhamente fascinado pelas suas maravilhas sombrias, e tão interessado nas explorações de meu amigo, que prolonguei minha estada nas imediações e, durante algumas semanas, desci diariamente aos poços e galerias escavados pela natureza e pelas máquinas sob a superfície da terra. 
O engenheiro estava convencido de que, num novo poço aberto recentemente sob sua orientação, encontrar-se-iam depósitos de riqueza mineral muito mais ricos do que os até então detectados. 
Durante a perfuração desse poço, deparou-se-nos num dia uma fenda irregular e aparentemente calcinada nos lados, como se tivesse sido aberta violentamente num período distante, pela ação de fogos vulcânicos. O meu amigo mandou que o descessem numa gaiola, por essa fenda, depois de ter experimentado a atmosfera com uma lâmpada de segurança. 
Demorou-se quase uma hora no abismo. 
Quando regressou, estava muito pálido e com uma expressão pensativa e ansiosa, muito diferente da que lhe era habitual, pois se tratava de um homem franco, alegre e destemido.

Declarou sucintamente que a descida lhe parecia perigosa e não conducente a qualquer resultado. 
Por isso, suspendendo as operações no novo poço, regressamos a partes mais familiares. Durante todo o resto desse dia, o engenheiro pareceu preocupado com algum pensamento absorvente. 
Mostrou-se inusitadamente taciturno e com um ar de susto e espanto nos olhos, como se tivesse visto um fantasma. 
À noite, quando estávamos sentados sozinhos nas instalações que compartilhávamos perto da boca da mina, pedi ao meu amigo:

‘Conte-me francamente o que viu naquela fenda, pois tenho a certeza de que foi algo estranho e terrível. Fosse o que fosse, deixou-lhe o espírito num estado de dúvida, e em semelhantes circunstâncias duas cabeças pensam melhor que uma. Confie em mim…’

O engenheiro tentou esquivar-se às minhas perguntas. Mas como, enquanto falava, servia-se inconscientemente da garrafa de brandy, de uma maneira completamente incomum a ele, já que se tratava de um homem muito sóbrio, sua reserva foi-se dissolvendo aos poucos… Finalmente disse:

‘Vou-lhe contar. Quando a gaiola parou, encontrei-me numa saliência rochosa. Por baixo de mim, a fenda obliquava e descia a considerável profundidade, cujas trevas a lâmpada não conseguia penetrar. 
Mas, para minha infinita surpresa, do abismo jorrava para cima uma luz firme e brilhante. Tratar-se-ia de algum fogo vulcânico? 
Nesse caso eu sentiria calor. No entanto, se a tal respeito existia dúvida, era da máxima importância para a nossa segurança comum dissipá-la. 
Examinei os lados da descida e verifiquei que podia arriscar e confiar-me às projeções irregulares, ou saliências, pelo menos durante certa distância.
Abandonei a gaiola e comecei a descer. 
À medida que me aproximava mais e mais da luz, a fenda alargava e, por fim, com indizível espanto, vi uma estrada larga e plana no fundo do abismo, iluminada até onde a vista podia alcançar pelo que pareciam ser candeeiros de gás artificial, colocados a intervalos regulares, como na artéria de uma grande cidade. 
E ouvi confusamente, ao longe, uma espécie de sussurro, como que de vozes humanas..... 
Sei, evidentemente, que não trabalham nessa região mineiros de outra empresa rival. 
De quem poderiam ser as vozes? 
Que mãos humanas poderiam ter nivelado aquela estrada e disposto aqueles candeeiros?!..

Começou a apoderar-se de mim a crença supersticiosa, comum aos mineiros, de que vivem nas entranhas da terra gnomos e demônios. 
A simples idéia de continuar a descer e enfrentar os habitantes daquele profundo vale fez-me estremecer. 
Tampouco o poderia fazer sem cordas, pois do ponto a que chegara até o fundo do abismo, as paredes rochosas desciam, abruptas e lisas, a pique. 
Voltei para trás, com certa dificuldade. 
Bem, isso é tudo…....’

Após muita discussão, os dois personagens resolvem explorar o poço. Continuando, o narrador explica o que viu no interior do vale subterrâneo:

“ A partir daí, a fenda alargava rapidamente, como a parte mais larga de um imenso funil, e eu vi perfeitamente o vale, a estrada e os candeeiros que o meu companheiro descrevera. Ele em nada exagerara. 
Ouvi também os sons que ele ouvira: um confuso e indescritível sussurro, que parecia produzido por vozes, e um barulho abafado, como de passos. 
Olhei mais para baixo, com atenção, e distingui claramente, a certa distância, os contornos de um grande edifício. 
Não podia tratar-se de mera rocha natural; era demasiadamente simétrico, com enormes e pesadas colunas semelhantes às egípcias e todo iluminado, como se a luz viesse do interior…

Havia campos cobertos de estranha vegetação, diferente de toda quanto vira à superficie da terra. Em vez de verde, era de um tom chumbo-baço ou um vermelho-dourado. 
Havia lagos e regatos que pareciam arquear-se em margens artificiais, uns de água pura e outros brilhando como poças de nafta… Por cima de mim não havia céu e sim apenas uma espécie de telhado cavernoso. 
Este telhado tornava-se cada vez mais alto, nas paisagens que ficavam longe, até se tornar imperceptível, oculto por um manto de neblina que se formava debaixo dele…”

Vale destacar que a maioria dos livros acima citados, e outro tantos, foram vistos na biblioteca particular de Adolf Hitler…

NA HISTÓRIA.....

Existiram muitas épocas de nossa história, conhecidas ou não, onde se temiam e veneravam os habitantes das cidades subterrâneas, conhecidos como Intraterrnos. Vamos enumerar em seguida, e de forma bastante resumida, algumas tradições históricas que tenham alguma ligação com esse tema.
No Tibet, muitos altos sacerdotes afirmam que o Tashi Lama (o segundo na hierarquia budista e falecido há poucos anos) conheceu o Rei do Mundo e visitou pessoalmente o Agarthi. 
E afirmam ainda que ele, o Bogdo Khan e o próprio Dalai Lama são protegidos espiritualmente pelas energias misteriosas das cidades subterrâneas. 
Esses exércitos, os Dharmapalas, sob as ordens diretas do mundo oculto, seriam os encarregados da proteção das castas sacerdotais tibetanas de toda violência, como o genocídio dos tibetanos pelos chineses comunistas. Para os tibetanos, apesar de sua nação ser sempre invadida por ingleses e chineses ao longo dos séculos, esses e outros eram sempre expulsos dessas terras sagradas.
o CAMBOJA é cenário de outra lendas....

A tradição reza que o rei Kumbu, baluarte do poderoso espiritualismo cambojano e fundador das cidades sagradas de Angkor, precisou descer ao reino subterrâneo para adquirir sabedoria e orientação dos homens-serpentes (Nagas) que lá moram, a fim de dirigir honradamente seu reino… 
Essa e outras histórias sobre a descida de Heróis solares ao mundo sob nossos pés também podem ser interpretadas num ponto de vista simbológico: 

Gilgamesh, 
Orfeu, 
Ulisses, 
Perseu, 
Jesus, 
Dante, 
Samael, 
Hércules, ....

Entre outros - são todos os valorosos que penetram no "mundo desconhecido" para salvar os perdidos e adquirir mais poder. 
No entanto, além dos símbolos iniciáticos, algo mais se esconde nas entrelinhas…

Outra história: 
Guiado e abençoado por Melquisedeck (também conhecido como Rei do Mundo e no Egito como Keb), o profeta Abraão (bodhisatva do Gênio da terra Arbarman) pôde combater as cidades degeneradas de Gomorra e Sodoma. 
Após a derrota de tais cidades, celebrou-se um acordo, um pacto, entre o grande profeta e os seres intraterrenos. 
Com isso, os primitivos judeus concluíram todo o firmado para se tornarem os auxiliares diretos de Melquisedeck, transformando-se então no “Povo Eleito de Deus”. 
Em base a isso, a tradição de reconquista da Terra Santa pelos judeus tornou-se, ao longo dos séculos, em determinação de retomada e manutenção de um Estado próprio no Oriente Médio, mostrando ao mundo as implicações estratégicas que o mundo já conhece…

Essas tradições não se limitam a um passado remoto....
Uma determinada época da história, ainda fresca em nossa mente, foi influenciada pelo Reino Subterrâneo.

A Ordem do Thule – As décadas que precederam a Segunda Guerra Mundial são uma fonte abundante para a pesquisa dos temas intraterrenos. Relatos de exploradores e estudos no campo do conhecimento alternativo se misturaram num enorme caldeirão, que terminou por abalar profundamente o mundo: temos, por exemplo, o nazismo, que tinha como finalidade, libertar a nação germânica das influências anglo-francesas que imperaram após a Primeira Guerra Mundial (Infelizmente, além do pan-germanismo e do ocultismo teutônico, o nazismo estava marcado por fortes matizes de um horrível racismo neo-ariano). 
O braço espiritual, esotérico, do partido nacional-socialista alemão se constituía por uma série de Ordens Templares: 
A Ordem do Vril e a Ordem do Thule eram dois dos mais influentes movimentos ocultistas que determinaram os destinos ideológicos do 3º Reich.
Essa história começou da seguinte forma: Em 1918, o conhecido Barão von Sebottendorf cria uma filiação chamada Thule Gesellschaft, onde aderem imediatamente Goebbels, Rudolf Hess, Rosemberg e o próprio Hitler, provavelmente o único plebeu no meio de um grupo de aristocratas. 
Na Ordem do Thule, havia correntes que defendiam certas doutrinas, muitas vezes divergentes entre si. 
A Hohlweltlehre, a doutrina da Terra Oca, foi uma delas…

O que causou o interesse nazista pelas tradições da Terra Oca eram as evidências esotéricas em moda na época, como as explorações anteriormente citadas, além das investigações efetuadas por muitos estudiosos norte americanos, como Symmes, Cyrus Teed e Marshall Gardner. 
Além disso, o campo de pesquisas dos nazistas se estendia pelos quatro cantos do mundo, tentando comprovar a veracidade dessas teorias. 
Há rumores de espiões, militares, arqueólogos e espeleólogos alemães no Brasil, no Tibet, na Mongólia, no Egito, na Índia, no Extremo Oriente, no sudoeste africano etc.

Hitler achava que um eventual contato com uma avançadíssima civilização intraterrena facilitaria o domínio da terra. 
Por isso vemos que essas expedições secretas nazistas são encontradas nos sítios espeleológicos nas serras do Roncador e dos Parecis, no Brasil; nas cavernas de Borodla, na Hungria; nas cavernas dos Mil Budas, na China; o sistema de túneis dos montes Chandore, na Índia e o lago Manasarowar e a Porta Vermelha do Potala, no Tibet.

Porém, a eclosão da guerra paralisa as investigações neste campo. 
Todas as provas dos contatos com pessoas e sociedades ligadas à idéia da Terra Oca desaparecem.... 
Depois de terem sido utilizadas como “provas das insanidades” dos atos nazistas nos julgamentos de Nuremberg (chamados por muitos juristas americanos de Chacina de Nuremberg), esses dados estão certamente guardados nos cofres dos serviços secretos dos países aliados, à espera de seu total esquecimento…

Com a vitória aliada sobre o ocultismo teutônico, a criação de um estado judeu na Palestina torna-se uma possibilidade que faz aumentar o otimismo dos que ainda mantêm em mente o ideal de Povo Eleito de Deus. 
Aqueles que pactuaram com Melquisedeck querem retomar Jerusalém, a antiga capital deste grande Sar. Completa-se então esta parte,  em seguida, falando sobre o périplo do Santo Graal.
O SANTO GRAAL - Contam as lendas que se perdem na memória nos séculos que uma fantástica batalha foi travada nos céus entre as hostes do Arcanjo Miguel e as legiões de Lúcifer. Num dos sangrentos combates, Miguel desfere um golpe mortal no anjo negro e da testa desse ser salta uma gigantesca esmeralda que cai na terra. Depois, em comemoração à vitória dos anjos de Deus, esculpe-se nessa maravilhosa pedra verde um Cálice, símbolo da Liberdade e da Paz Divinas. 
A partir de então (e sempre custodiado por Goros, os guardas pretorianos de Melquisedeck), esse cálice, o Santo Graal (do celta Gar-El, Pedra de Deus), empreende uma viagem mística e transcendental:


(CONTINUA.......)