sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A SUA VOZ INTERIOR...... - ANJO OU DEMÔNIO...."


"Nós não somos anjos ou demônios, somos os dois..." - C. G. Jung
O maior "limitador" de você é você mesmo. 
Seja lá com quem anda ou para onde vai, o maior desafio é vencer você mesmo.

Fomos criados para respeitar o próximo esquecendo-nos de nós mesmos, principalmente esquecendo-nos de que somos seres universais. Quando aprendermos a inserir em nossas vidas o respeito ao ser universal que somos, teremos aprendido a lição de respeitar a nós mesmos como seres humanos, porque os tampões que a mente coloca em nossos corações deixarão de existir.
Quem sabe, também, aprenderemos a ter compaixão de nós mesmos reconhecendo que todos, sem exceção, enfrentam lutas e cometem erros. 
O que falta é a humildade para corrigi-los....

Você já reparou quantas pessoas estão vivendo, nesse momento, numa espécie de realidade paralela? 
Elas colocam sua motivação e suas ações no que pretendem conquistar, seja em um novo relacionamento, em um novo emprego ou na viagem dos seus sonhos, mas tropeçam quando precisam manter uma relação saudável e satisfatória com seu objeto de desejo. 

Isso requer habilidade, que a maioria não tem, para reconhecer, comunicar e controlar as emoções e reconhecer as emoções nas outras pessoas. 

Essa é uma tarefa para poucos, pois um relacionamento só é forte e sadio quando asseguramos a construção de uma fundação emocional profunda e sólida sobre como nos relacionamos com nós mesmos, reconhecendo nossos anjos e demônios internos. 

Pare agora e pergunte:
- Como eu lido com as diferenças ou com o fato de alguém discordar de minhas opiniões?
- Como eu lido com a crítica, com meu estresse e meu humor?
Como eu lido com a reparação de meus sentimentos feridos?

Se você prontificar-se a responder pelo menos uma dessas perguntas, já será um bom indício para encontrar melhoras nas suas relações, principalmente onde residem as emoções, como a tristeza, o medo, a raiva, o desgosto, a alegria. Suas emoções é que influenciam suas ações, e estas podem ser distorcidas pela anestesia do recalque que experimentou na infância e que agora, na vida adulta, se transformou em um anjo mau.

Claro! Você foi adestrado para reconhecer sua incapacidade. Nossos pais não aprenderam a elevar nossa autoestima, pelo contrário, sempre que fazíamos alguma coisa fora do padrão que eles queriam, éramos chamados de "burros". Hoje, quando deparamos com alguma decisão importante em nossas vidas, vêm as vozes em nossas cabeças nos mandando para baixo, promovendo a negatividade gratuita e nos tirando a energia, a motivação e a esperança. Estabelece-se uma linha de derrotismo, porque enquanto nossa mente racional nos diz "Vai lá! Você consegue!", nosso inconsciente logo retruca afirmando "Você é um fracassado; olha lá, você faz tudo errado, portanto, já deveria saber que você é assim mesmo, sempre faz as mesmas asneiras".

O grande desafio é diminuir essa voz familiar e insidiosa que foi crescendo e tomando vida própria, como se fosse uma entidade comandando nossos pensamentos, atitudes e comportamentos. 
Essas vozes vivem comentando sobre nossas experiências e qualidade de nossas decisões passadas, sobre aquela situação que poderíamos ter evitado e o que deveríamos ter feito. Elas dilaceram nossa motivação e fazem com que uma situação, hoje, fique infinitamente pior do que realmente é.

Em vez de o nosso sistema interno criar uma empatia com nosso sofrimento para tirarmos dele a experiência e o aprendizado sobre determinada situação, ele permite que o diálogo interno nos mande para baixo em cada oportunidade, porque essas vozes já foram internalizadas e automatizadas para agir diante de nossa urgência emocional que exige total atenção......

Nosso diálogo interno não é, também, um vilão implacável. Tudo o que o nosso sistema interno deseja é nos proteger. Portanto, ao menor sinal de alerta, ele dispara nossos dois maiores fiéis, onde um é nossa consciência desejando, querendo, planejando, e o outro é nosso inconsciente disparando respostas de acordo com nossos padrões de resposta automatizados. O grande problema é que essas vozes vão se dissociando dos eventos que um dia as fizeram emergir e, portanto, elas pertencem ao passado, mas constantemente ressurgem no presente porque foram criadas e potencializadas em redes neuronais registradas em nosso cérebro.

A maioria dessas vozes remonta à infância e à adolescência, à nossa educação baseada na observação dos modelos de nossos mestres: pais, tios, irmãos mais velhos, professores etc. O que ouvíamos na infância fazia parte de nossa sobrevivência porque estávamos à mercê das oscilações de humor e dos caprichos de nossos pais. Mas hoje pouco ou nada disso serve mais. Como adultos, temos capacidade de compreender o que não é mais adequado em nossa vida, podemos afastar as situações que não vibram em nossa sintonia, bem como fazer escolhas conscientes sobre nossas vidas e nossos relacionamentos. Podemos tomar como base nossos próprios sentimentos, necessidades e interesses do momento presente, procurando questionar o que tendemos distorcer por causa da nossa visão ainda turva das coisas que o nosso diálogo interno transforma em algo necessário e verdadeiro.

Pergunte-se:
Por que estou com medo disso?

Pode ser que a resposta quebre o medo ilusório de que algo exista de verdade. 

Você aprendeu um dia a ter medo de se cortar com uma faca porque isso é real; de colocar o dedo na tomada elétrica e tomar um choque porque isso é real. 

Então por que você tem medo de ser feliz? Por que você tem medo do sucesso? Por que você teme as mudanças?

Essa dinâmica, como bem conclui Jung, não é somente a feição de dentro, mas a de fora também. 

Somos as duas formando um ser uno. Quando reconhecemos a voz que nos acolhe, nosso sistema interno permite ficarmos serenos e tranquilos, unos com nossa intuição, porque essa é a voz do nosso espírito que ecoa nas dimensões. 

Por outro lado, se olharmos para a outra dualidade, essa voz fica distorcida, rouca e distante, permitindo agirmos de maneira destemperada, o que só alimenta nossa raiva, ira e sentimentos de fracasso. Quando escutamos o anjo bom, agimos com a nossa intuição; quando ouvimos seu oposto, reforçamos nossas raízes na terra através da nossa atenção e aprendizado.....

Assim, essas vozes que escutamos em nosso estado psíquico são as variações da forma como nosso Eu Superior ou Eu Inferior expressa e se comunica com a nossa razão, que ouve, pensa e age. São, portanto, movimentos de dois polos opostos que servem como alavancas para nossa evolução - através do aprendizado - ou para nos detonar - se ficarmos presos somente à comunicação do seu oposto...........


.......