TEXTO:
“Fomos capazes de mudar muitas coisas, mas não mudamos a nós mesmas”....
Hoje a Lei Maria da Penha completa seis anos transformando a violência contra a mulher em crime.
Mesmo assim, muitas mulheres sentem medo de denunciar os maus-tratos e continuam em relacionamentos cheios de sofrimento.
A gente ouve falar muito sobre mulheres com pouca instrução, de classes menos favorecidas, que dependem financeiramente dos maridos, e com esta desculpa, não se afastam dos seus relacionamentos. Mas também existe um outro lado desse problema.
A frase do livro "Mulheres Malqueridas – o Lado Tóxico do Amor" - best seller da psicanalista Mariela Michelena, analisa o perfil e a mente de mulheres bem-sucedidas na vida, mas que vivem como sofredoras em relações doentias.
Elas estão bem resolvidas nas outras áreas da vida, mas estão presas a relacionamentos doentios e destrutivos, que as consomem emocional e psicologicamente.
Análise que foge do paradigma da “baixa-autoestima”, ou de que “não se ama o suficiente”.
“É possível que, sem saber, inclusive, se ame em excesso e se sinta, no fundo, tão forte e tão poderosa a ponto de ser capaz de salvar, por amor, todas as dificuldades que se apresentem no caminho, embora no empenho deixe o sangue à pele”, explica Michelena em um das passagens do livro.
É claro que, a princípio, ninguém está disposto a sofrer por amor, mas, ao mesmo tempo, ninguém está vacinado contra a entrega incondicional e os estragos da paixão. A autora pôde comprovar as características das “malqueridas” através de histórias que escutou de suas próprias pacientes. Elas oferecem ao companheiro um amor maternal, são fiéis, submissas, intermitentes, idealizadoras e dissimuladas.
Segundo a autora, o recomendável para uma mulher é embarcar numa relação de igualdade, em que ambos têm sua autonomia. Às vezes, ela aguenta, mima e cede tanto, que o homem não tem nem ideia de que está maltratando-a, amando-a mal. Nessas horas, é papel dela mesma dizer: “paro por aqui”.
Fácil não é, mas está mais que na hora de mudarmos a nós mesmas, não acham?!....
(by Mauren Motta)