domingo, 5 de fevereiro de 2012

O DESPERTO.... - por Nisargadatta Maharaj


"Quando você está em sono profundo, o mundo fenomênico existe para você? 
Você não poderia, intuitiva e naturalmente, visualizar seu estado primitivo – seu ser original – antes que esta condição corpo-consciência irrompesse sobre você sem ser solicitada, por si mesma?
Neste estado, você estaria consciente de sua “existência”? 
Não, certamente.
A manifestação universal está apenas na consciência, mas o ‘desperto’ tem seu centro de visão no Absoluto
No estado original de puro ser, não consciente de sua qualidade de ser, a consciência surge como uma onda sobre a extensão das águas, e o mundo aparece e desaparece na consciência. 
As ondas se levantam e caem, mas a expansão das águas permanece. 
Antes de todos os princípios, de todos os fins, eu sou. 
O que quer que aconteça, devo estar presente para testemunhar.
Não é que o mundo não ‘exista’. 
Ele existe, mas meramente como uma "aparência" na consciência – a totalidade do manifesto conhecido na infinidade do desconhecido, o não manifestado. 
O que começa deve terminar. 
O que aparece deve desaparecer.
A duração da aparição é um assunto relativo, mas o princípio é que o que quer que seja sujeito ao tempo e à duração deve terminar e é, portanto, não real.
Você não pode perceber imediatamente que neste sonho da vida você ainda está dormindo, que tudo que seja reconhecível está contido nesta fantasia da vida? 
E que aquele que, enquanto conhecer este mundo objetificado, considerar-se uma ‘entidade’ separada da totalidade que conhece é, em realidade, parte integral deste mesmo mundo hipotético?
Considere também: 
Nós parecemos estar convencidos de que vivemos uma vida própria, de acordo com nossos próprios desejos, esperanças e ambições, de acordo com nosso próprio plano e objetivo, através de nossos próprios esforços individuais. Mas é realmente assim? 
Ou estamos sendo sonhados e vividos sem vontade, totalmente como fantoches, exatamente como em um sonho pessoal? 
Pense!
Nunca esqueça que, assim como o mundo existe, embora como uma aparência, as figuras sonhadas também, neste ou naquele sonho, devem ter um conteúdo – elas são o que o sujeito do sonho é. 
É por isto que digo: 
Relativamente ‘Eu’ não sou, mas eu mesmo sou o universo manifesto...... "

Nisargadatta Maharaj em The Nectar of Immortality -
Fonte: http://claudiovelasco.ning.com e e Lisa Teixeira.