quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CEREBRO HUMANO - AS ESTRUTURAS CEREBRAIS NA FORMAÇÃO DAS EMOÇOES (3)


IMAGEM/ NOTA:
Comparação das teorias sobre as emoções de James-Lange e Cannon-Bard.
De acordo com a teoria de James-Lange (flexas vermelhas), o homem percebe o animal ameaçador e reage com manifestações físicas (neurovegetativas). Como consequência de tal reação física desprazerosa, ele desenvolve medo. Na teoria Cannon-Bard (flexas azuis), o estímulo ameaçador conduz, primeiro, ao sentimento de medo, o qual, então, causa a reação física.




IMAGEM 2/ NOTA: Papez acreditava que a experiência da emoção era primariamente determinada pelo cortex cingulado, e secundariamente por outras áreas corticais. Pensava-se que expressão emocional era governada pelo hipotálamo. O giro cingulado se projeta ao hipocampo, e o hipocampo se projeta ao hipotálamo pelo caminho do feixe de axônios chamado fórnix. Impulsos hipotalâmicos alcançam o córtex via relé no núcleo talâmico anterior.
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No final do século passado, William James propôs que um indivíduo, após perceber um estímulo que, de alguma forma o afeta, sofre alterações fisiológicas perturbadoras, como palpitações, falta de ar, angústia, etc. E é precisamente o reconhecimento desses sintomas (pelo cérebro) que gera a emoção. Em outras palavras, as sensações físicas são a emoção. Em 1929, Walter Cannon refutou a teoria de James e apresentou uma outra, a qual, por sua vez, foi pouco depois modificada por Phillip Bard.

Em resumo, é a seguinte a teoria Cannon-Bard : quando o indivíduo se encontra diante de um acontecimento que, de alguma forma, o afeta, o impulso nervoso atinge inicialmente o tálamo e aí, a mensagem se divide. Uma parte vai para a córtex cerebral, onde origina experiências subjetivas de medo, raiva, tristeza, alegria, etc. A outra se dirige para o hipotálamo, o qual determina as alterações neurovegetativas periféricas (sintomas). Ou seja, por esta teoria, as reações fisiológicas e a experiência emocional são simultâneas. O erro essencial da teoria Cannon-Bard foi considerar a existência de um "centro" inicial (o tálamo) para a emoção.

O Circuito de Papez  - Este acreditava que a experiência da emoção era primariamente determinada pelo cortex cingulado, e secundariamente por outras áreas corticais. Pensava-se que expressão emocional era governada pelo hipotálamo. O giro cingulado se projeta ao hipocampo, e o hipocampo se projeta ao hipotálamo pelo caminho do feixe de axônios chamado fórnix. Impulsos hipotalâmicos alcançam o córtex via relé no núcleo talâmico anterior.
Mais recentemente, Paul MacLean, aceitando, em sua essência, a proposta de Papez, criou a denominação sistema límbico e acrescentou novas estruturas ao sistema: as córtices órbitofrontal e médiofrontal (área pré-frontal), o giro parahipocampal, e importantes grupamentos subcorticais : amigdala, núcleo mediano do tálamo, área septal, núcleos basais do prosencéfalo (região mais anterior do cérebro), e formações do tronco cerebral (veja na próxima página "As Estruturas do Sistema Límbico")
Mas logo, em 1937, o neuroanatomista James Papez demonstraria que a emoção não é função de centros cerebrais específicos e sim de um circuito, envolvendo quatro estruturas básicas, interconectadas por feixes nervosos : o hipotálamo com seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo, o giro cingulado e o hipocampo.(veja figura ao lado). Este circuito, o circuito de Papez, atuando harmonicamente, é responsável pelo mecanismo de elaboração das funções centrais das emoções (afetos), bem como de suas expressões periféricas (sintomas).
Mais recentemente, Paul MacLean, aceitando, em sua essência, a proposta de Papez, criou a denominação sistema límbico e acrescentou novas estruturas ao sistema: as córtices órbitofrontal e médiofrontal (área pré-frontal), o giro parahipocampal, e importantes grupamentos subcorticais : amigdala, núcleo mediano do tálamo, área septal, núcleos basais do prosencéfalo (região mais anterior do cérebro), e formações do tronco cerebral.

BIBLIOGRAFIA:
  1. SAGAN, C. Os dragões do éden. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.
  2. GUYTON, A. C. Neurociência básica. São Paulo: Guanabara Koogan, 1991.

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